CUOTIDIANO

segunda-feira, julho 31, 2006

Criando Uma Nova Religião

Criar uma nova religião é tramado, toda a gente o sabe, principalmente o coitado do Jesus Cristo, que acabou abandonado, até pelo realizador dos “Monty Piton”, que gostou mais do Brian; talvez por isso, essa criação é das coisas mais prestigiantes que há, imediatamente a seguir a ter dívidas descomunais, saber o nome do gajo que fez o “peeling” à Lili Caneças ou, inclusive, andar com a Teresa Guilherme, sendo mais velho que ela, nem que seja duas horas.

Por isso, e por forma a aumentar o meu prestígio (por si próprio já elevadíssimo), resolvi criar uma nova religião, a que dei o nome de, em homenagem às pessoas que tentam parar para pensar um pouco em si e pouco nos outros,

‘Péra Aí, Pá!


Os Deuses

É cedo para falarmos disso, pois ainda não há provas da sua existência; já foram contratados os tipos do CSI Nova Iorque (os de Miami não dá, que estão sempre nas “passas” com a Gloria Esteban) mas ainda estou à espera de resultados – parece que já conseguiram uma impressão digital num copo de bagaço, mas estão a acabar de investigar se não seria do Robert De Niro ou de um dinossauro rabeta.


As bases teológicas

No concílio ecuménico de 381 DC, em Constantinopla, discutiu-se a divindade do Espírito Santo. Na “’Péra aí,, pá!”, no seu primeiro sínodo, em 2006, discutiu-se (posso dizer até bastante esquizofrenicamente, já que eu era o único participante e estava lá, também, para testemunhar) se as fenormonas do bacalhau poderiam levar o sável à loucura, tema bastante mais elevado e de muito maior prestígio que isso do Espírito não-sei-quê que, ao que parece, é apenas um banco, ainda por cima daqueles quase sem lucro nenhum. Assim, no referido concílio, adoptou-se como base teológica suficiente os filmes dos “Irmãos Marx” e as primeiras declarações dos astronautas da “Apolo 13” quando foram socorridos no mar, ou seja, “Chiça!”


Os mandamentos

Os mandamentos são sete e não dez, já que sete é um número cabalístico e que, ainda por cima, costuma dar sorte nos casinos. Assim, os sete mandamentos, originalmente escritos numa tábua de engomar do Continente pelo Primeiro Apóstolo com Metadona e daí retirados à bruta por um sem-abrigo sem escrúpulos, induzido pelos Deuses do Consumo, são:

- Não comerás caracóis à segunda-feira;
- Não farás sapateado à terça-feira;
- Não subirás aos Himalaias à quarta-feira;
- Não farás sexo anal à quinta-feira;
- Não vomitarás aguardente à sexta-feira;
- Não dirás “’Péra aí, pá!” em vão e ao sábado;
- Não saberás pronunciar a palavra “Domingo”.


Os pastores

Ovelhas de top, ovelhas apenas de top... ah, desculpem, os pastores religiosos... ok... os pastores... Bom, os pastores da “’Pára aí pá!” só usarão o cajado em caso de extrema necessidade, ou seja, quando não houver nenhum banco para se sentarem num raio de 10 km, nem nenhum parquímetro da EMEL que não esteja avariado, agora num raio de 200 km. Aí, poderão usá-lo em proveito próprio ou dos outros. Para além disso, estes autênticos pais zoófilos, terão a responsabilidade do acompanhamento moral, espiritual e alucinógeno de todos os fiéis e, principalmente, de todos os infiéis, sobretudo quando a infidelidade for provocada pelos próprios pastores – aí, a responsabilidade será acrescida e terão de tomar conta, também, das irmãs gémeas da pecadora.


A caça submarina

A caça submarina, também conhecida como pesca submarina, define-se como um desporto que consiste em abater espécies marinhas, no seu próprio habitat, ou seja, imerso no mar, utilizando-se uma espingarda de arpão.

Para os mais ignorantes, alerta-se que a pesca do Mero foi proibida.


As orações

As orações serão feitas pelos próprios Deuses da religião, não necessitando os fiéis de as saber. Assim, apenas terão de estar atentos (e, eventualmente, mudar a pilha ao seu aparelho “Sonotone” – para os mais tesos uma corneta acústica serve perfeitamente) e ouvi-los com devoção e espanto, mesmo que só digam baboseiras como “ah e tal, até que está um lindo dia para Inverno” ou “hoje a Diana fez farófias para o almoço”.


Os rituais

Os rituais serão do tipo “tarde livre para visitar todos os museus que lhe dê na gana ou para passar todo o tempo a pinar no quarto”, ou seja, salve-se quem puder. Assim, quem achar que a sua missa é um jogo de futebol oral, que assista ao “Trio de Ataque” (RTPN, quartas às 23h); quem achar que é a Dr.ª Ruth (RTPI, quintas às 18h), que lhe faça sexo oral, e por ai adiante...


As penitências

As penitências dependem do pecado cometido e o prevaricador será sacrificado aos Deuses com a prática, em todo o dia seguinte e sem interrupção, do pecado imediatamente a seguir na lista de Mandamentos acima apresentados. Por exemplo: quem comer alguns caracóis à segunda-feira, terá que passar a terça-feira integralmente dedicada a fazer sapateado (em casos mais graves, em que se coma muitos caracóis, a penitência será agravada e terá de ser executada simultaneamente com beijos fervorosos no Michel). Outro exemplo: Quem, movido por um estranho desejo de espetar uma bandeira no alto de uma montanha (sentimento de facto estranho mas, no entanto, mais evoluído do que espetar uma bandarilha num touro), o fizer nos Himalais, terá de passar o dia seguinte a fazer sexo anal com uma tribo negra acabada de passar seis meses ininterruptos na exploração mineira da África do Sul (em casos considerados graves, passará uma noite inteira a ouvir o Mantorras a dissertar sobre Nietche – mas depois, de madrugada, quando já se julgar livre e perguntar “posso voltar para casa?", terá uma bela surpresa à sua espera, o que lhe permitirá conhecer o lado mais lúdico da religião).


A adesão

A adesão à nova religião é extremamente fácil – “Visa”, “American Express”, "Golden Bico”, “Parque Eduardo Sétimo Forever”, qualquer cartão serve. Se não tiver cartão de crédito mas apenas um anão de estimação, pode dá-lo como entrada (“downpayment”, como dizem os franceses) e pagará o restante em 2.456.890 prestações mensais suaves, com um juro absolutamente divino.



Não hesite, espero por si!

sábado, julho 29, 2006

Lendo o "Expresso" (2006/07/29)

"Líbano não é o inimigo" - Shimon Peres, vice-primeiro-ministro de Israel


A única coisa que me ocorre dizer sobre isto é: O que seria se fosse!
(Com amigos assim...)

sexta-feira, julho 28, 2006

Um adeus impossível

... Foi quando ele a viu, no que seria a última vez, que percebeu que nada mais havia a dizer. Ela ainda lhe enviou uma mensagem dizendo “Acho que cada vez gosto mais de ti - Fiquei agarrada ao carro a ouvir o Cohen... Suzanne... Beijos”. Curiosamente, na noite anterior, ela havia-lhe dito o ainda mais apaixonado “É inexplicável a falta que me fazes...”

Mas havia chegado ao fim o prazo de validade dos dois, sem mais dignidade que teria um iogurte à beira de estar estragado. Haviam esgotado as palavras, os gestos, tudo.

Quanto tempo havia passado? Quanto passado haviam tido? Em que sombras se haviam tornado?

A razão era simples – A realidade, a tão propalada dura realidade, havia tomado conta do destino, do futuro, do tempo, dos dois que deixariam de ser um e passariam a ser um e outro, longe, muito longe, demasiado longe.

Ainda hoje ele a ama – Evidentemente, não parece. Escreve coisas com estranhos desdém e azedume, tentando convencer-se que, afinal, nada se passou. Curiosamente, antes de adormecer, tenta convencer-se que ela nunca existiu a não ser em sonhos e... então aí estraga tudo! De facto, ela foi o seu melhor sonho, a sua mulher num sonho, o seu sonho feito mulher!

E agora?

Agora, que foi ontem ou anteontem ou no dia anterior, não interessa, arruinando definitivamente a poesia de tudo, ele ficou a saber que, num dia em que a esperava, ela conheceu outro, bem mais real, bem mais encaixável na sua vida, e que lhe disse as palavras certas, no momento certo, no beijo certo, certamente no momento acertado.

Hoje, ele continua a amá-la, por mais que o tempo passe, por mais que ela lhe doa, por mais que as palavras faltem, por mais que, afinal, o tempo doa.

O Amor, esse, chora.

Ele, por sua vez, permanece. Apenas.

quinta-feira, julho 27, 2006

A informatização da Justiça – uma curiosidade numérica

Veio nos jornais, há dias, que já a partir do próximo ano, os processos judiciais deixariam de estar em papel para serem apenas utilizados a partir de meios informáticos, sendo guardados em CD’s.

Ora aí está uma boa notícia para quem se queixava de, sempre que ia a uma qualquer secção de um tribunal, ver milhares de secretárias amontoadas com pilhas de processos. Senão vejamos:

- 100 páginas de papel ocupam cerca de 1,5 cm;
- 1 metro em pilha de papel terá, aproximadamente (e não contando com aquelas belas capas de cartão), 6.700 páginas;
- 100 páginas em “Word” ocupam cerca de 400kb;
- Um CD normal tem 700 Mb;
- Cada CD, consequentemente, tem capacidade para cerca de 175.000 páginas;
- Assim, cada CD poderá “armazenar” cerca de 26 pilhas de 1 metro;
- Se cada secretária comportar 6 montes desses, vem que um CD tem a capacidade equivalente a mais de 4 secretárias com papel até cima;
- Finalmente, se cada uma desas mesas tiver duas gavetas para 20 CD’s cada, vem que cada secretária terá nas gavetas o equivalente a mais de 80 outras secretárias atolhadas de papel até 1 metro de altura!

Ou seja, quando a partir do próximo ano passarmos pelas salas, não veremos os processos amontoadas, mas sim um conjunto de secretárias limpinhas e a brilhar, dando a ilusão de que a Justiça funciona. Na realidade, continuará tão má e tão lenta como dantes – mas com muito melhor aspecto!

terça-feira, julho 25, 2006

Lendo o “Público” (2007/07/25)

“Professor indiano acusado de espancar aluno”

“Um professor indiano é procurado por ter espancado um aluno até à morte depois de este não ter respondido a uma pergunta durante uma aula.”


E ainda falam de Portugal... Por cá há uns pais que dão uns murritos nuns funcionários, uns alunos que dão uns estalinhos num professores(*), mas... espancamentos até à morte?! (Espero não estar a dar ideias aos nossos alunos). Afinal até nem estamos assim tão mal...

Agora mais a sério - Enquanto andarmos por este caminho de tudo ser desculpado por a criancinha ter uma avó bêbeda, por um tio dela bater no gato aos Domingos, ou por outra razão qualquer, e vir sempre a conversa desculpabilizante do tipo “o meio em que está inserido é desfavorável para uma plena integração socio-cultural”, não vamos a lado nenhum. Não quero com isto dizer que sou a favor de grandes repressões e violência, nem de pôr a criancinha numa escola indiana ou, eventualmente, em Guantanamo, mas... nem oito nem oitenta!

-------------------------------------------
(*) Nada que um segurança, um psicólogo e um intérprete/intermediário de minorias não resolvam, como aconteceu há pouco tempo numa escola portuguesa, com a contratação pelo Estado destes três novos funcionários, em vez de terem expulso ou, no mínimo, castigado exemplarmente, a “coitadinha da criancinha”.



PS - Por esta ausência que se deveu a questões pessoais, afinal (e felizmente) bem menos importantes que eu julgava, peço desculpa aos meus quatro leitores; aliás três, que o meu gato não sabe ler; ou melhor dois, que a minha bisavó já morreu; aliás um, que o homem da mercearia tem cataratas em último grau; em suma, peço desculpa a mim próprio.

quinta-feira, julho 20, 2006

Lendo o “Público” (2006/’07/19)

“Presidente do Parlamento madeirense proíbe entrada a jornalistas com t-shirt

“Dois jornalistas foram ontem expulsos da sala de imprensa da Assembleia Legislativa da Madeira por não se apresentarem em conformidade com instruções do presidente do Parlamento sobre indumentária. Miguel Mendonça asseverou que vai manter tais directivas, alegando o prestígio da instituição madeirense”.


A primeira coisa que apetece perguntar é: Qual prestígio? O mesmo que foi granjeado pelo Parlamento da Madeira nas inúmeras vezes em que o “sub-chefe” do PSD local, Jaime Ramos, insulta violentamente, com linguagem irreproduzível, outros deputados e, inclusive, chega a vias de facto, até com deputadas? Ou será o mesmo prestígio que também foi conquistado pelo dito (e douto!) Parlamento madeirense, leia-se PSD-Madeira, na aprovação de leis de verdadeira censura e/ou boicote aos órgãos de informação, por forma a intimidar e calar os que utilizem o cérebro em vez de “papaguear” a voz do chefe Jardim?

Curiosamente, há poucos dias, Cristiano Ronaldo foi homenageado e condecorado na Madeira pelos mesmos senhores. Sabem como estava ele vestido enquanto recebia a condecoração? De t-shirt! (Se calhar é porque era de marcas finas...os tesos dos jornalistas só as compram nas feiras...e depois estão à espera de quê?)

terça-feira, julho 18, 2006

Lendo o “Público” (2006/07/18)

“Holanda vai ter de legalizar partido que defende a pedofilia”

“Proibição de partido controverso rejeitada por um tribunal de Haia que alegou defesa das liberdades democráticas”

“O Partido do Amor Fraterno Liberdade e Diversidade foi apresentado em Maio e tem no topo da sua agenda política uma redução de 16 para 12 anos da idade legal para ter relações sexuais”.



Como é possível que entre dois direitos, o de fundação de um partido político e o de uma criança ser criança, não se consiga perceber qual é o mais importante e a qual se deverá atender em primeiro lugar? Isto já não é democracia, é fundamentalismo juridico-democrático!

Curiosamente, também em Haia funciona o Tribunal Penal Internacional que julga casos de peso relevante para toda a Humanidade, nomeadamente extermínios, massacres e crimes de guerra, como foi, por exemplo, o que decorreu até há pouco com Milosevic (e que, entretanto, terminou, ao que parece, por ele “ter sido suicidado”). Já agora, como é que fica a credibilidade dos tribunais holandeses para julgar o que quer que seja e, por maioria de razão, casos relevantes para a Humanidade (já agora, será que as crianças deixaram de ser relevantes?)

Então... e se alguém resolvesse criar um partido político que teria no topo da sua agenda política a obrigatoriedade dos juízes de Haia porem alcachofras num dado local, chamemos-lhe, mais recôndido do corpo? Seria legalizado?

sábado, julho 15, 2006

A verdadeira razão para a invasão do Iraque

Diálogo captado por um penico-espião da Mossad, colocado junto à cama presidencial.

- Let's go, Laura? Pimba, pimba, as the portuguese say?
- Ai George, desculpa, mas hoje não me apetece, estou cansada e com dores de cabeça...
- Mas Laura, só assim um bocadinho, vá lá, só a cabecita...
- Não George, hoje não dá!
- Mas... e se eu te fritar umas batatas, uns "burguers" ou qualquer coisa assim e te trouxer à cama, já deixas?
- Não. Só se invadires o Iraque!
- Deal!


PS - Este texto é a minha pequena homenagem às mulheres, as verdadeiras donas e decisoras do Muindo.

Os lucros da banca – Algumas curiosidades numéricas

“Lucros da banca subiram 30 por cento no ano passado“

“Os lucros da banca subiram 30 por cento no ano passado, em comparação com o ano anterior, e os impostos pagos ao Estado cresceram 15 por cento, para 528 milhões de euros.

In “Público” de 11 de Julho de 2006


Algumas curiosidades numéricas:

1- Provavelmente será burrice minha mas parece-me algo roçando o milagre os lucros terem crescido 30% e os impostos, em vez de subirem também a mesma percentagem (já que são uma taxa sobre os lucros), só terem aumentado metade, ou seja, 15% - Será que as taxas baixaram de um ano para o outro, será mais uma “engenharia financeira” ou será, apenas, do guaraná a mais que tomei ontem?

2 - A taxa de imposto pago pela banca é de cerca de 12%, ou seja, aproximadamente metade(!) da taxa de IRC, o imposto pago pelas empresas.

3 – Se essa comparação for feita, então, com as taxas de IRS, ou seja, com as que paga o comum dos cidadãos, verificamos algo de absolutamente extraordinário: quem tiver um rendimento anual colectável acima dos 4.451€ pagará 13% de imposto, ou seja, um valor percentualmente superior ao da banca. Refira-se que essa quantia (4.451€) corresponde, para um trabalhador que receba em 14 meses (o que é a situação normal), a um rendimento colectável mensal de, aproximadamente, 318 € (cerca de 60 contos). Ou seja, um qualquer cidadão que consiga obter um (exorbitante) lucro mensal de pouco mais de 60 contos, o que lhe permitirá ter acesso a luxos e mordomias (como comer e pagar a renda de casa) correspondentes a 2 fabulosos contos por dia, pagará uma taxa de imposto superior ao da banca! Fantástico!


Hoje, quando sair de casa, fá-lo-ei de cabeça erguida, queixo bem levantado, nariz empinado e peito inchado de prestígio. Sim, porque eu, até ontem um reles e comum cidadãozeco, descobri que, afinal, sou alguém de grande nível social – Para além de que já estava completamente endividado, ainda consigo pagar mais impostos do que um banco! Que nível, meu Deus, que nível!

sexta-feira, julho 14, 2006

Olá, sou eu

Ao telefone.

- Olá, sou eu
- Sim, e então?
- Então... então, nada. Mas, desculpa lá, qual é o teu problema?
- Hã...?
- Perguntei qual era o teu problema!
- O meu problema?
- Sim...
- Nenhum, isto é, para além de todos os outros que já conheces.
- Então porque é que me falaste daquela maneira?
- Qual maneira, enlouqueceste?
- O quê, não me vais dizer que achas que aquilo era normal...
- Aquilo, o quê?
- Ai o meu canário... estamos a brincar ou quê?
- Hã...?
- Bom, adiante que é para eu não me chatear!
- ‘Pera aí, quem se está a chatear agora sou eu!
- Hã...?
- “Hã” mas é o caraças! Já te disse - Agora sou eu quem se está a chatear...



Inventámos tanta coisa, evoluimos tanto, e ainda conseguimos a extraordinária proeza de nos zangarmos uns com os outros por coisa nenhuma!

Então e...e se esquecêssemos as palavras e nos limitássemos aos gestos, aos desejos, aos abraços, aos “estou aqui contigo, por ti, por mim, e a única razão é apenas e apenas e apenas porque eu sou eu e tu és tu” ou, mais simplesmente ainda, “porque sim” ?

terça-feira, julho 11, 2006

Lendo o “Público” (2006/07/11)


“Teixeira dos Santos desafia João Jardim a explicar défice na Madeira”

“O ministro das Finanças considera que o presidente do governo regional da Madeira deve “dar explicações” pelo défice crescente na região autónoma, que levou Alberto João Jardim a pedir a solidariedade de Lisboa

[...] Alberto João Jardim escreveu ao primeiro-ministro, José Sócrates, “a pedir o apoio da República para a resolução da grave situação financeira que a região atravessa”., [...] apelando à “solidariedade nacional”.

[...] No entanto, Teixeira dos Santos acabou por dizer que "a Madeira não tem mais legitimidade do que outras regiões do país em situações semelhantes" para reclamar um aumento das transferências do Orçamento do Estado.
[...] O Produto Interno Bruto (PIB) da Região Autónoma da Madeira ultrapassou os 75 por cento da média da União Europeia, pelo que a região deixou de integrar o Objectivo 1 (regiões pobres), o que a impede de aceder, a partir de 2007, aos fundos de Bruxelas destinados a estas zonas.“



Curiosamente, este é o mesmo senhor que, no passado dia 29 de Maio (há cerca de apenas um mês e meio), dizia que a Madeira "não deve continuar na pátria portuguesa".

Já agora, do que ele se está a queixar é de ir receber de Bruxelas, entre 2007 e 2013, apenas 407 milhões de euros...

domingo, julho 09, 2006

Perdemos!

Perdemos:

- Poder económico;
- Emprego;
- Qualidade de vida;
- Direitos;
- Confiança no futuro;
- Tempo;
- Esperança.

Ah, (já me esquecia...) e um jogo de futebol!

sábado, julho 08, 2006

Grandes mistérios da mente feminina (III)

Porque será que elas acham que sabem sempre o que os homens querem ?


“Se o bacalhau pudesse escolher teria lombos apetitosos, postas suculentas ...”. Bom, falo por mim, mas se eu fosse o bacalhau escolhia não ser capturado.

Isto vem a propósito da mania que as mulheres têm de achar que sabem sempre o que é melhor para os homens, quer eles o queiram ou não; aliás, se calhar é este o princípio básico das ditaduras (“não percebes nada disto, deixa a política para os políticos que nós sabemos o que vocês querem e tratamos de tudo, tu incluído”, como diria um bigode célebre). Mas o que é mais fantástico é que, como a grande maioria das mulheres não tem um país para “ditaduriar”, resolve aplicar esta mesma teoria às suas relações, chamemos-lhe, amorosas. Um exemplo:

Tocam à porta, ele vai abrir e vê a sua namorada que apareceu de surpresa (logo aí, uma coisa que os homens detestam, a menos que essa surpresa seja uma stripper a surgir nua de dentro de um bolo)
- Olá.
- Olá, trago-te um presente, vê, este belo elefante cor-de-rosa!
- O quê?!
- Sim, comprei-o a pensar em ti. Bem sei que foi um bocado caro, gastei todas as minhas economias e ainda recorri ao crédito, mas valeu a pena – Não é lindo?
- Mas... mas... mas o que é que eu faço com esse monstro desse elefante cor-de-rosa?!
- Não me digas que não gostas! Empenho-me toda, faço tudo por ti e depois é esta a paga?!
- Sim, é lindo, obrigado, mas... mas.. não é isso, é que...
- Já não gostas de mim, é isso, não é ?!
- Gosto, claro que gosto, não digas disparates. Mas é que um elefante cor-de-rosa...
- Já não gostas de mim, é isso mesmo, vê se tens coragem para o dizer, vá lá, diz, diz!
- Mas...mas...

Esta história tem duas continuações possíveis:
- Ou ele “engole” o elefante, ficando infelicíssimo (para além de gastar todo o seu dinheiro na alimentação do animal) e ela para todo o sempre convencida que teve uma atitude extraordinariamente altruísta e que, para além disso, os homens são todos uns parvos e uns putos que não percebem nada de relações amorosas ou;
- Não “engole” o elefante, passando os anos seguintes da sua vida a implorar-lhe perdão sem saber bem porquê (talvez só para ter direito a uma quequita esporádica...), ficando infelicíssimo (para além de gastar todo o seu dinheiro em prendas para a namorada) e ela para todo o sempre convencida que teve uma atitude extraordinariamente altruísta e que, para além disso, os homens são todos uns parvos e uns putos que não percebem nada de relações amorosas.
É mais uma bela situação de “ou se perde ou se perde”.

Para explicar tudo isto, vamos à Ciência - Em termos freudianos(*), pode dizer-se que tudo tem origem no facto dos homens recém-nascidos mamarem nas suas mães, o que lhes provoca uma patológica confusão entre sexo e sobrevivência (segundo estudos recentes, os que mamaram em biberons têm mais tendência para a homossexualidade, mas isso são contas de outro rosário). Por consequência, estabelece-se um estranho reflexo pavloviano(***) entre “vejo mamas” e “tenho de obedecer senão não como” (literal ou não), o que conduz a que, o que quer que elas achem que eles querem, eles passam a achar que querem e sempre quiseram. Confuso? Então passemos à explicação mais simples - Elas sabem sempre o que os homens querem porque, realmente, sabem. Também é de caras (isto é como acertar na lotaria quando só pode sair um número...) – A única coisa que os homens querem, efectivamente, é sexo; tudo o mais da vida não passa de preliminares.

Bom, peço desculpa mas tenho de ficar por aqui que o meu elefante cor-de-rosa, o sonho de uma vida, tão generosamente oferecido pela minha namorada, precisa de ir descarregar umas toneladas de trampa no parque – da última vez que me esqueci de o levar à rua, fiquei de tal forma soterrado que tive de ser retirado de casa por três corporações de bombeiros.

“Se o bacalhau pudese escolher...” - Mas não pode...

______________________________________________

(*) - Sigmund Freud (1856-1939), neurologista austríaco fundador da Psicanálise. Foi o primeiro homem a masturbar-se sem pensar em macacas nuas, o que representou um grande avanço em relação a Darwiin (**).

(**) - Charles Robert Darwin (1809-1882), naturalista britânico, criador da teoria em que a evolução se dá por meio da selecção natural e sexual, ou seja, quem se masturbe pensando em elefantes é um bronco de um Australopithecus.

(***) - Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), fisiólogo russo, famoso pelas suas descobertas no campo dos condicionamentos psicológicos do comportamento. Por outras palavras, mostra-me um belo traseiro que eu salivo (citando o cão de Pavlov).

Lendo o “Público” (2006/07/07)

“Bush quer uma só voz na resposta a Pyongyang”

A dele, simplesmente? Ou a dele, mas qual ventríloquo político, segurando alguns dos seus bonecos preferidos, como Pato Donald Blair ou Rato Mickey Barroso?

segunda-feira, julho 03, 2006

Lendo o “Público” (2006/07/03)

“Alterações à reserva ecológica vão permitir construção de casas”

“O Conselho de Ministros aprovou recentemente alterações à Reserva Ecológica Nacional (REN) que vão permitir que os agricultores possam construir casas de habitação em áreas classificadas. O diploma abre também a possibilidade de se realizarem ampliações de empreendimentos turísticos, instalação de aquacultura, plantação de olivais [...]”

A reacção imediata a este artigo é a de que não se percebe (pelo menos eu não...) o destaque dado à “casa dos agricultores”, já que essa situação se encontra limitada por regras precisas, nomeadamente: têm de ser primeira habitação, de ter uma área máxima de implantação de 250m2, de se situar em explorações economicamente viáveis, não podendo ser vendidas durante 15 anos. Em princípio, parece-me bem – porque é que um agricultor não pode ter uma casa decente, será que só os citadinos é que podem tomar banho? Como digo, parece-me bem.

O destaque (negativo) deste diploma deveria ter sido dado, na minha opinião, à questão dos empreendimentos turísticos (já dando de barato o aumento permitido de 20% de área para as indústrias, o que também me parece muito discutível) – É que, segundo o mesmo, esses empreendimentos podem aumentar 30 (trinta!)%. Ou seja, uma ampliação de quase um terço!

Para enquadrar o problema, analisemos o que diz o próprio Decreto-Lei 93/90 que define a REN, decreto esse assinado pelo então Presidente da República, Mário Soares e pelo primeiro-ministro da altura e actual Presidente da República, Cavaco Silva.

No artº 1º é definido o conceito de REN como “uma estrutura biofísica básica e diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características ecológicas específicas, garante a protecção de ecossistemas e a permanência e intensificação dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades humanas.”

No artigo 2º é definido que “a REN abrange zonas costeiras e ribeirinhas, águas interiores, áreas de infiltração máxima e zonas declivosas, referidas no anexo I ...” (*)

Bom, chega de leis - A esta hora já estará a pensar: “Mas o que é que deu a este gajo?”

O que deu a este gajo é muito simples - Ficou preocupado. De facto, o que é preocupante neste diploma é o entreabrir de uma porta para diversos tipos de pressões e pretensões urbanísticas, permitindo que, em breve, comecem as ocupações mais ou menos selváticas de “áreas com características ecológicas específicas, indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades humanas.”, citando o Decreto-Lei. E quando se entreabre uma porta, é certinho que virá alguém a seguir abri-la!

Mas será que não se viu ainda o que deram esses belos empreendimentos turísticos em zonas naturais, nomeadamente no Algarve, bem em cima das próprias praias? Então... mas vai-se construir onde? Nas dunas? Nas falésias? Aterrando linhas de água e construindo por cima? Em zonas de grande erosão, para se fazer turismo com adrenalina (provavelmente mais caro...), já que nos pode cair um calhau na cabeça a qualquer momento? Nas cabeceiras e zonas fundamentais de infiltração para a recarga de aquíferos, essenciais nas captações de água, esse líquido pelos vistos dispensável a não ser para regar campos de golfe?

É preocupante. Mas, curiosamente, fico mais preocupado ainda com o facto dos jornalistas, aqueles que, pretensamente, fazem a ponte entre as decisões políticas e a população e que têm a obrigação de a informar, acharem que o grande destaque deste diploma (em título e na primeira página!), é o assunto das casas dos agricultores...

_______________________________________________________

(*) Zona de leitura facultativa, só para quem queira aprofundar um pouco...

Nesse mesmo Anexo I, é explicitado que as “áreas a considerar para efeitos de intregação na REN, são:

Nas zonas costeiras: Praias, dunas litorais, arribas ou falésias, incluindo faixas de protecção, quando não existirem dunas nem arribas, uma faixa que as segure uma protecção eficaz da zona litoral, faixa ao longo de toda a costa marítima, estuários, lagunas, lagoas costeiras e zonas húmidas adjacentes englobando uma faixa de protecção, ilhas, ilhéus e rochedos emersos do mar, sapais, restingas e tombolos.

Nas zonas ribeirinhas, águas interiores e áreas de infiltração máxima ou de apanhamento:Leitos dos cursos de água e zonas ameaçadas pelas cheias, lagoas, suas margens naturais e zonas húmidas adjacentes e uma faixa de protecção, albufeiras e uma faixa de protecção, cabeceiras das linhas de água, áreas de máxima infiltração e ínsuas;

Nas zonas declivosas: Áreas com riscos de erosão e escarpas.”

sábado, julho 01, 2006

Lendo o "Público" (2006/06/30)

"Câmara do Porto usa subsídios para calar críticas"
A Câmara do Porto condiciona a atribuição de subsídios a um protocolo no qual as instituições se abstêm de criticar publicamente o município".
Lendo o dicionário: "subornar - levar alguém, por meios venais ou com promessas, a praticar certo acto contra o dever ou a moral";
Conclua o leitor...