segunda-feira, agosto 11, 2008
quarta-feira, agosto 06, 2008
Genética
O porquinho voava, despreocupado, observando os outros animais da quinta, vagarosos, bem lá por baixo. Todos o invejavam, já que havia nascido com asas e podia voar. “Porquinho sortudo!”, diriam se soubessem falar.
Mas, infelizmente para ele, nesta vida nem tudo é o que parece. De facto, não vivia feliz - bem pelo contrário -, pois era órfão de mãe, já que o porco de seu pai, num acesso de raiva e ciúmes, a havia assassinado por achar que ela o traía com um falcão-peregrino.
O porquinho, esse, continuava lá pelos céus, suspirando angustiado, enquanto remoía pela milionésima vez o mistério que o atormentava desde sempre: mas, afinal, o que teria levado seu pai a desconfiar de tal coisa?
Mas, infelizmente para ele, nesta vida nem tudo é o que parece. De facto, não vivia feliz - bem pelo contrário -, pois era órfão de mãe, já que o porco de seu pai, num acesso de raiva e ciúmes, a havia assassinado por achar que ela o traía com um falcão-peregrino.
O porquinho, esse, continuava lá pelos céus, suspirando angustiado, enquanto remoía pela milionésima vez o mistério que o atormentava desde sempre: mas, afinal, o que teria levado seu pai a desconfiar de tal coisa?
Etiquetas: conto/crónica, parvoíces
domingo, agosto 03, 2008
Dependências (I)
Quando saí da reunião dos IA já me sentia bem melhor. Havia desabafado, à minha volta todos padeciam do mesmo problema e, finalmente, sentia-me integrado e a ultrapassar as minhas dificuldades. “Perfeito, isto está a compor-se”, pensei.
No dia seguinte fui trabalhar mais calmo. No entanto, a meio da manhã, pareceu-me que o meu computador tinha uma estranha luz acesa, não estava a perceber o que seria. Quando já havia pegado no telefone para falar ao meu informático, avisaram-me (felizmente!) que era apenas a luz do On/Off, o que era absolutamente normal visto que eu tinha o computador ligado. A verdade é que já haviam passado 3 dias, 4 horas e 7 minutos sem que eu o contactasse – o que me estava a deixar doido.
No regresso a pé para casa, passei por um Cibercafé e, inevitavelmente, lembrei-me de novo dele. Era o melhor informático que eu alguma vez havia tido – dominava computadores, servidores, impressoras, o que fosse; enfim, o sonho de qualquer utilizador de informática. Mas resisti e não lhe telefonei.
À noite não conseguia dormir. “E se se avaria o scanner, se a UPS dá o berro, o que é que eu faço?”. Três da manhã. Fui até à janela apanhar um pouco de ar. Voltei para dentro mas, como continuava ainda sem sono, resolvi ligar o meu PC. A NET em baixo. Pânico total! Era fatal... tive uma recaída e telefonei-lhe. Deu-me, então, um conselho único e brilhante, que só demonstrou o seu elevado nível de conhecimentos – disse-me para desligar e voltar a ligar o computador. Funcionou. No dia seguinte, claro está, lá tive eu de voltar às reuniões dos Informático-dependententes Anónimos...
- Boa noite, o meu nome é António e sou informático-dependentente.
- Boa noite, António!
No dia seguinte fui trabalhar mais calmo. No entanto, a meio da manhã, pareceu-me que o meu computador tinha uma estranha luz acesa, não estava a perceber o que seria. Quando já havia pegado no telefone para falar ao meu informático, avisaram-me (felizmente!) que era apenas a luz do On/Off, o que era absolutamente normal visto que eu tinha o computador ligado. A verdade é que já haviam passado 3 dias, 4 horas e 7 minutos sem que eu o contactasse – o que me estava a deixar doido.
No regresso a pé para casa, passei por um Cibercafé e, inevitavelmente, lembrei-me de novo dele. Era o melhor informático que eu alguma vez havia tido – dominava computadores, servidores, impressoras, o que fosse; enfim, o sonho de qualquer utilizador de informática. Mas resisti e não lhe telefonei.
À noite não conseguia dormir. “E se se avaria o scanner, se a UPS dá o berro, o que é que eu faço?”. Três da manhã. Fui até à janela apanhar um pouco de ar. Voltei para dentro mas, como continuava ainda sem sono, resolvi ligar o meu PC. A NET em baixo. Pânico total! Era fatal... tive uma recaída e telefonei-lhe. Deu-me, então, um conselho único e brilhante, que só demonstrou o seu elevado nível de conhecimentos – disse-me para desligar e voltar a ligar o computador. Funcionou. No dia seguinte, claro está, lá tive eu de voltar às reuniões dos Informático-dependententes Anónimos...
- Boa noite, o meu nome é António e sou informático-dependentente.
- Boa noite, António!
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sábado, agosto 02, 2008
O tempo passa mesmo a correr...
“Libertado antigo membro da ETA condenado a 3.000 anos de prisão”, in “Público” de 2 de Agosto de 2008
(Infelizmente, para as 25 pessoas por ele assassinadas, passou ainda mais depressa.)
(Infelizmente, para as 25 pessoas por ele assassinadas, passou ainda mais depressa.)
Etiquetas: comentário