Açorda de Bacalhau
Ontem fiz açorda de bacalhau.
Usei o pão que há uma semana havia comprado para ti – escuro, de cereais, como
tu gostas -, para te levar o pequeno-almoço à cama, quando ainda supunha que virias
dormir abraçada comigo. Esperei uma semana. Mas tu não vieste.
A açorda de bacalhau estava
excelente. Tinha coentros, alho qb, um cheirinho de azeite – tudo fantástico. Mas
tu não vieste.
Hoje acordei sozinho. Como ontem.
E anteontem. Como a semana passada.
(Vou percorrendo a vida assim,
enquanto não vens. Sem partilhar.
Virás?)