CUOTIDIANO

terça-feira, maio 09, 2006

Grandes mistérios da mente feminina (II)

Porque será que elas ficam íntimas à primeira conversa (e inimigas à segunda)?


De facto, este é um dos mistérios que mais apaixonam os homens desde há milhares de gerações a esta parte - porque será que, após uma simples troca de frases do tipo “olá, eu sou a Joana”, dois beijos, “eu, a Lúcia”, não seja preciso passarem três minutos para que o diálogo passe a ser “sabes, tive a minha primeira menstruação aos treze, lembro-me que até chorei”, pausa para gargalhadas, “tu nem imaginas com que idade tive a minha primeira experiência sexual com um camelo...”? Estranhíssimo...

Um dos óbvios indícios desta obsessão pela intimidade, digamos, inter-feminina, é a velocidade com que mudam de forma de tratamento – uma mulher que tratava outra na terceira pessoa, começa a tratá-la por tu mais rapidamente do que um homem começa a tratar uma pneumonia. Curiosamente, se a relação fosse com esse mesmo homem, o tratamento por tu poderia ser adiado quase indefinidamente – é absolutamente vulgar, por exemplo, em pleno acto, ouvir uma mulher dizer coisas do tipo “ah, Prof. Dr. Pereira dos Santos, o seu pénis é eloquentemente grandioso, ah, ah, Prof. Dr. Pereira dos Santos, licenciado em Química e doutorado em Física Quântica, com um curriculum de fazer inveja a muitos operários, o seu órgão sexual é obra de um Deus Maior”, mentindo, evidentemente (pelo menos avaliando pela minha experiência pessoal..., hélas).

Sobre este assunto, existe um estudo efectuado pelo Departamento do Clitóris Psicótico do M.I.T. norte-americano que conclui, com algum grau de certeza que, contrariamente ao que se passa na amizade entre dois homens (apenas amigos, suas mentes maldosas...), comparável a umas escadas que é preciso, passo a passo, degrau a degrau, ir conquistando, a que existe entre mulheres é semelhante a um elevador – basta tocar num botão para se passar, quase instantaneamente, do rés-do-chão para o último andar. No entanto, e quase por consequência, o inverso também é verdade – é apenas necessário carregar num outro para se regressar ao rés-do-chão. Assim, é possível passar-se, à velocidade da luz, de um diálogo do género “nunca tive uma amiga como tu...”, pausa para suspiro, “os homens são todos um cagalhão!”, pausa para vómito, para um desabafo com uma terceira mulher (séria candidata à próxima melhor amiga de sempre) do tipo “aquela víbora... nem sei como a aturei este tempo todo!”

Mas que razões podem levar a estas súbitas mudanças, de extremo a extremo, na relação entre mulheres? Na minha opinião, os homens, evidentemente, principalmente aqueles que, os mais sérios candidatos a “Vítima do Ano”, nunca se quiseram envolver nessa história da amizade instantânea, tipo Tang sem ser preciso misturar água. Os homens, digo bem, os homens. Senão vejamos - qual é o maior gozo de uma mulher? Fazer olhinhos ao namorado da grande amiga e pô-lo em ponto rebuçado. “Eu?!”, responderá com um ar inocente e indignado, quando confrontada com a situação. “Achas que eu seria capaz de te fazer isso, amiga, sublinho, amiga, torno a sublinhar, amiga?”. A continuação do diálogo depende, agora, do nível de alcoolémia que tenham na altura – se estiver abaixo dos 0,5 mg/l, ficam numa troca de olhares fatais e afastam-se; entre 0,5 e 1,5 mg/l, abraçam-se a chorar, pedindo desculpas recíprocas por tudo e mais alguma coisa, incluindo o tiro no olho do Camões; acima dos 1,5 mg/l, esgatanham-se até que o desgraçado do namorado as separe. Curiosamente, e como duas horas depois o nível alcoólico terá baixado, abraçam-se, choram, e voltam a achar que os homens são os culpados de tudo, incluindo a cegueira do Camões, crime que, curiosamente também, haviam confessado horas antes.

Existe, também, uma outra teoria para a explicação do mistério – as mulheres têm menos pêlos que os homens (à excepção da minha). Agora desculpem, não posso continuar, ela precisa que eu lhe faça um bolo para levar a casa da sua melhor amiga, quase de infância – conheceu-a já faz agora uma semana, no ginásio.

“Já estou a ir, querida!”

Mulheres!

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