CUOTIDIANO

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Estranhas formas de vida (IV)

Como sempre fazia, entrou, sorrindo, pelo portão sul do sagrado coração de qualquer coisa para dar aulas. Só que, desta vez, à sua passagem o alarme disparou. Por toda a escola, pelos quarteirões em volta, por todo o lado se ouvia aquele barulho estridente e ensurdecedor. Alunos, professores, cães, a direcção em peso - composta exclusivamente por freiras de uma qualquer espécie em vias de extinção -, todos apareceram a correr para ver o que se passava.

- Então mas o que é que julga que está a fazer?! – perguntou-lhe agressivamente um dos pinguins directivos, ainda arfando da correria.

- Então... venho dar aulas, evidentemente.

- Ai isso é que não vai. Está é despedida!

- O quê?! A que propósito?

- Não me diga que não está a ouvir?! Fez disparar o alarme para divorciadas, ainda não percebeu?! Nós aqui não queremos gente da sua laia! Rua, já!


Acordou em sobressalto, com suores frios, respiração ofegante. Que pesadelo! Felizmente havia casado de novo e, sendo a terceira vez, por certo iria durar para sempre - é que, como em alguns estados norte-americanos, geralmente a terceira condenação é perpétua.

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