Aguarrás
Quando Artur lhe confessou – por mensagem telefónica, claro, que a coragem bebida em duas imperiais não dá para mais – que estava cheio de saudades, aproveitou para lhe pedir para se encontrar com ela, nem que fosse só para lhe dar um beijo quente (foi a melhor adjectivação que arranjou, provinda da cultura recente da novela brasileira das 9).
Quando ela lhe respondeu – também por mensagem, claro - “preferia se pudéssemos evitar isso do beijo, traz antes uma garrafa de medronho que é igualmente quente e sempre é mais higiénico”, Artur achou que, afinal, talvez fosse melhor esperar por sábado para o encontro, já que sábado era o dia de banho.
- “Sim, D. Etelvina, o melhor para isso é usar aguarrás” -, aconselhou Artur.
Etiquetas: conto/crónica, parvoíces
0 Commenários:
Enviar um comentário
<< Home