CUOTIDIANO

sábado, setembro 03, 2011

(Apenas uma) trilogia insular – nada de relevante

I



Tu gostas de Florença e de máquinas e depois para ficar ainda mais estranho e assim e coisas há óculos que vomitam dioptrias que vão percorrendo o teu sangue à procura de ti

(“perscrutando” também ficava giro…)

enquanto eu simples e camponiamente respiro faço compras no Continente fico pelo Sting e pela incultura assumida e cá me vou arrastando por aqui ou seja algo mais ou menos próximo do Sol mas que afinal Eluard que queima ainda mais que o propriamente dito

(“elefantes são contagiosos”)

pois é por aqui podes evidentemente ver que também passei em Sevilha por causa das vertigens não subi à Giralda o verdadeiro pecado do saboroso minarete original fiquei à porta logicamente tomaram-me por um porteiro ilógico deram-me os bilhetes para rasgar sempre num silêncio reverente ao invisível poder que é comum a qualquer língua que seja

(já agora e a despropósito também não uso sandálias e não me torno pescador de almas mesmo quando desalmadamente rasgo pessoas ao meio enquanto espero por bilhetes em garrafas provindas de uma qualquer ilha que vai murchando embalada pelos ombros do mar)

e subiram para se sentirem vivos ao despejar frenéticos e arfantes acenares às humanas formigas que em baixo olímpica e contagiosamente as ignoravam

(“…….,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,;;;;;;;;;;;;;;;” – para colocar onde vos aprouver sou assim um libertino)



II



Sei que depois da pançada que os moinhos apanharam ficaram subservientes, sei que a minha batalha – qualquer que ela seja - não é jurídica mas sim ridícula, sei que Florença é fabulosa e que o Micas é ainda mais angélico do que o pintam – mas, enquanto me afundo na insuportável lama do quotidiano onde me escondo, felizmente vou lendo coisas novas e geniais e bestiais e assim e coisas como “artur tinha um coelho angorá chamado hércules, um pastor alemão chamado ervilha, um cágado chamado leão e um periquito chamado engenheiro. Na reunião de condomínio, os vizinhos resolveram fazer uma denúncia para a sociedade protectora dos animais, não porque os animais representassem algum incómodo ou estivessem maltratados (muito pelo contrário), mas porque achavam que a escolha de nomes revelava delírios de grandeza e podia gerar confusões psicológicas profundas nos animais.”

É por estas (e não por outras) que perco a batalha - mas ganho a Terra!



III



… Até que um escaravelho leu em voz alta o livro que me havia esquecido de querer escrever e assim, sem mais nem menos e então, achei f***-** afinal o melhor é esquecer essa merda da cultura e deixar andar e mandar para o ar palpites desportivos.

Até que o contacto com a água me provocou sede. Até que o toque me provocou. Até que a sede me devorou - a cada instante, a cada momento sedento e inesperado, a cada temporal sequioso de tempo.

(Depois entrei em overdose de lugares-comuns, tremi à brava e morri.)


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