CUOTIDIANO

sexta-feira, março 25, 2011

As hormonas são do caraças!

Quando ela achou que teria sido por um problema hormonal (só podia, mesmo – pelo menos eu acho…) que havia andado comigo, senti-me estranhamente lisonjeado. É que, anteriormente, eu já tinha feito com que mulheres gostassem de mim (nomeadamente a minha avó), a outras ter-lhes-ia alterado o humor (às vezes para melhor), a outras, ainda, havia-lhes provocado icterícia. Mas às hormonas… essas coisas inatingíveis dos pontos de vista quer científico, quer parvo… não, nunca, nunca lhes havia tocado a alma, nunca havia atingido tal feito!

Aí percebi que a felicidade que sentia era muito (mas muito) superior ao meu mais que vulgar miserabilismo - que era julgar que estava abandonado e deprimido e triste e velho e carcomido, qual Calimero depenado, de bengala e com a casca de ovo corroída por fungos libaneses.

Foi maravilhoso! Ser comparado à falta de uns comprimidos de estrogénio que, se tomados, fariam com que ela tivesse borrifado em mim logo na primeira hora, é fantástico! Então não é que andam milhares de cientistas a queimar pestanas, milhões de investidores a gastar dinheiro, biliões de farmacêuticos a matar-se a trabalhar - e eis quando eu, moi, je, valho tanto quanto esses preciosos comprimidinhos… Lindo!


Como é evidente, nunca mais quis saber dela – a partir desse momento, passei apenas a sair com hormonas. É que, ao menos essas, manifestam-se com a minha falta. (Bom, confesso que às vezes também vou tomar um copo com uma amiba – das giras, claro!)

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