CUOTIDIANO

sábado, agosto 05, 2006

Hoje sou eu quem fala de Amor (com o precioso contributo da BT da GNR)

Após uma longa ronda pela “blogosfera”, constatei que o número de “blogs” com dissertações e locubrações mais ou menos elaboradas sobre o tema do Amor era enorme. De volta a casa, constatei que aqui, no “Cuotidiano”, nunca foi escrito nada sobre o tema, apesar de que o mesmo perpassa em alguns dos textos. Mas falar, falar, objectiva ou subjectivamente sobre o Amor é, de facto, algo inédito. Pensando no “porquê” dessa situação, cheguei à única conclusão possível: Não percebo puto do assunto! É que, até hoje, o máximo que consegui sobre o tema foi a criação de uma teoria (reconheço que ridícula) sobre o Amor. Em todo o caso, aqui vai – O Amor é um piano que nos cai de um 10º andar na cabeça, quando passamos na rua e menos o esperamos. Depois disso, é muito difícil levantarmo-nos outra vez (*). Como se prova, não percebo mesmo puto do assunto! Pronto, assumo, é esta a verdade.

Bom, mas por forma a alterar esta minha situação de ignorante quase total, até roçando a iliteracia amorosa, resolvi recorrer ao precioso auxílio da BT da GNR. Sim, a BT da GNR, dos grandes especialistas mundiais sobre o assunto, o que é que tem? Adiante, hoje não ligo a cépticos...

Dizia eu que recorri à BT da GNR que, contrariamente ao que o comum dos mortais julga, não é a “Brigada de Trânsito” da GNR, designação essa que usam só como disfarce. Na verdade, eles são os “Brutas Testas”, uma brigada de ellite para a qual só são escolhidos os melhores dos melhores, a nata da GNR, admitidos apenas se tiverem um QI positivo. A sua real função é descobrir as verdadeiras causas dos acidentes de Amor, ou seja, as razões que levam ao fim da relação amorosa entre dois seres, sejam eles duas pessoas, uma pessoa e a sua mão, um animal invertebrado e uma pessoa ou, até, uma pedra e o Harry Potter (se bem que neste último caso seja facilmente compreensível que a pedra se tenha querido pirar).

Uma das conclusões mais assombrosas desses vultos da intelectualidade lusíada, que encontrei escrita num livro intitulado “O Código Da Love”, escondido há vários anos numa bota cardada de um sargento da BT, Alberto Zweistein, é a de que “as causas e as consequências do Amor são uma e uma só, ou seja, a mesma, coisa, ou seja, o mesmo, aliás igual, portanto pois assim já está pois é igual, sardinhas assadas com tintol para o almoço, iguais e a mesma coisa, assim”. Assombroso! Concluí-se, então, que “quem com ferros mata, com ferros morre”, como diz o povão – ou seja, sacaste a mulher ao teu melhor amigo, ela ir-te-á ser sacada pela sua melhor amiga.

Outra das brilhantes conclusões dessa verdadeira Bíblia do Amor é a de que “os pneus carecas são algo pouco referido; no entanto, assumem grande importância, infelizmente negativa, na problemática do acidente”. Até hoje ainda não consegui descodificar esta, mas deve ser bestial.

Bom, mas então quais são as principais causas dos acidentes amorosos que levam ao fim das relações? Mais uma vez, aprendi com os melhores e concluí que são as seguintes (por ordem decrescente de importância):

1) “Excesso de velocidade”. Mais um exemplo do célebre “no te precipites, no te precipites!”, vulgarizado por filmes intelectuais espanhóis, provavelmente daquele gajo, o Amor-de-Ovar ou lá o que é. Assim, e como casos a incluir neste grupo, temos ele querer sexo antes do casamento e ela, contrariamente, querer sexo, muito sexo, muito antes do casamento, a ejaculação precoce de palavras ou de outra coisa qualquer (por exemplo ela querer dissertar sobre Confúcio antes mesmo de tirar o “soutien”), ele aparecer em casa bêbedo antes do casamento, e outros casos semelhantes.

2) “Excesso de alcoól”. Aqui está uma causa de acidente que pode ser, também, uma causa para o início da relação amorosa – Ela era horrorosa mas como ele estava com vinte “shots” de vodka em cima, viu a verdadeira diva divina. Mas o que é um facto é que, normalmente, funciona ao contrário. “Ah e tal bebes sempre demais e depois fazes-me passar tristes figuras, está tudo acabado entre nós, incluindo o cão” ou “Eu vi perfeitamente que estavas a galar a outra fulana ali ao pé do bar, essa de estares com os copos não serve de desculpa, vou para casa da minha Mãe”, diz ele, enfurecido.

3) “Manobras perigosas” – Neste capítulo incluem-se jogadas arriscadas do tipo “não gostavas de experimentar a três? Aquela tua amiga...” ou “neste Natal não vou comprar prenda para a tua mãezinha, trata tu disso”. É, de facto, importante evitar este tipo de situações, principalmente quando a amiga é a mãe à qual não se comprou prenda no Natal anterior.

4) “Falta de carta” – Contrariamente à atrás referida “ejaculação precoce de palavras”, a falta de palavras de Amor pode ser um problema que, eventualmente, conduzirá ao fim da relação – Ela poderá sentir-se só e abandonada, principalmente no Verão, altura em que os donos abandonam os cães e os vereadores da câmara de Lisboa os respectivos acessores e, influenciada pelo clima geral e pela falta de uma carta dele, achar que está tudo acabado, esquecendo-se e não mostrando a mínima compreensão para o facto de que ele está em trabalho, num congresso médico que se realiza num cruzeiro no Mediterrâneo, obviamente pago pela Bayer.


Bom, já não consigo falar mais sobre o assunto, gastei todo o Amor que tinha para dar. Por isso, e para terminar, aqui fica uma extraordinária letra de amor de Paul Simon, intitulada “Cecília” (porque carga de água terá ele escrito o título em português?) e traduzida para a nossa língua por alguém do Rio de Janeiro – Teve de ser a tradução e não o original porque o meu Inglês se esgota no “Ái lov iú”.


“Fazendo amor durante a tarde
Com Cecilia mo meu quarto
Eu me levantei para minha cara lavar
Quando voltei para a cama
Alguém me tinha tomado o lugar..."


Brilhante, não?


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(*) Curiosamente, já houve quem (uma “blogueira” portuense que assina “Redonda”) acrescentasse à minha teoria um “upgrade” que, aliás, achei muito bem visto. Citando: “Já tinha pensado no piano mas como forma de evitar o amor (se levássemos com o piano em cima antes de o conhecermos)”.

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