CUOTIDIANO

sábado, janeiro 27, 2007

Quando eu for grande também quero ser gestor (e, de preferência, despedido de uma empresa pública)

Segundo o Tribunal de Contas (TC) citado pelo “Público”, as indemnizações pagas a gestores por “cessação antecipada de contrato” (ou, mais prosaicamente, “despedir os do outro partido para empregar os do meu”), custaram-nos a todos – já que foi o Estado a pagar - 5,1 milhões de euros, sendo que, desses, só à conta da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foram 4,2 milhões. Entre as várias “contratações milionárias” que, por sua vez, implicaram “despedimentos milionários”, estão as dos consagrados gestores de carreira internacional Armando Vara e Celeste Cardona, grandes e reconhecidos profissionais da gestão, como é do conhecimento público...

Segundo o TC, os fundamentos destas trocas são “regra geral, vagos e imprecisos ou até inexistentes [...] dando lugar a pesadas indemnizações”. Para além disso, essa dança “coincide, regra geral, com a mudança de titulares de pastas governamentais que tutelam as empresas em causa”. Ah coincide? Por definição, só pode ser coincidência!

Já agora, outros números referidos pelo TC e igualmente citados pelo “Público”:

- 6,1 milhões de euros – Quanto a ANA, CGD, CTT e AdP gastaram em remunerações de gestores num ano;
- 1,85 milhões de euros – Custo com viaturas dos gestores das mesmas empresas, entre 2003 e 2005.

Finalmente, queria deixar aqui claro que não sou contra (bem pelo contrário) o facto de que pessoas competentes e com provas dadas dessa mesma competência sejam bem pagas – veja-se, por exemplo, o caso do Dr. Fernando Pinto, na TAP, que colocou uma empresa falida no topo da aviação europeia e, sintomático da sua qualidade, os trabalhadores nunca mais fizeram greves, greves essas que, anteriormente, eram constantes – não só porque o que elas auferem é uma gota de água no que conseguem para os Cofres do Estado, como melhoram - e muito - o funcionamento das empresas que gerem. Como digo, o problema não está aí - o problema reside no facto de que grande parte daquilo que os competentes conseguem, é logo esbanjado em pornográficas indemnizações e chorudos ordenados nos incompetentes que, gravitando à volta do poder, são chamados para os “cargos de amigo” assim que vira a cor política. Citando a canção associada a uma dança popular, “meninos vamos ao vira, ai que o vira é coisa boa”. Mas só para alguns, claro, que os outros pagam (caro) o espectáculo!

8 Commenários:

  • Excelente apontamento.

    Boa semana*

    By Anonymous Anónimo, at 28 de janeiro de 2007 às 20:16  

  • Independentemente da cor política q estiver no poder, os cargos vão sempre ser ocupados, ñ pelos q sabem, mas pelos q até lhe dão um jeitinho (ou ñ!), e ñ são eles q "vão ao vira", somos nós, q, para usar um termos brasileiro, temos q nos "virar" para darmos conta das nossas continhas!

    By Anonymous Anónimo, at 29 de janeiro de 2007 às 17:28  

  • Independentemente da cor política q estiver no poder, os cargos vão sempre ser ocupados, ñ pelos q sabem, mas pelos q até lhe dão um jeitinho (ou ñ!), e ñ são eles q "vão ao vira", somos nós, q, para usar um termos brasileiro, temos q nos "virar" para darmos conta das nossas continhas!

    By Anonymous Anónimo, at 29 de janeiro de 2007 às 17:32  

  • Independentemente da cor política q estiver no poder, os cargos vão sempre ser ocupados, ñ pelos q sabem, mas pelos q até lhe dão um jeitinho (ou ñ!), e ñ são eles q "vão ao vira", somos nós, q, para usar um termos brasileiro, temos q nos "virar" para darmos conta das nossas continhas!

    By Anonymous Anónimo, at 29 de janeiro de 2007 às 17:35  

  • Independentemente da cor política q estiver no poder, os cargos vão sempre ser ocupados, ñ pelos q sabem, mas pelos q até lhe dão um jeitinho (ou ñ!), e ñ são eles q "vão ao vira", somos nós, q, para usar um termos brasileiro, temos q nos "virar" para darmos conta das nossas continhas!

    By Anonymous Anónimo, at 29 de janeiro de 2007 às 17:39  

  • Também não me importava e penso que quando despedida o faria com grande dignidade e dedicação...

    By Anonymous Anónimo, at 30 de janeiro de 2007 às 12:24  

  • Assino por baixo!!!

    Sinceramente, gostei de ler. Infelizmente, é a realidade com a qual vivemos!!!!

    BJS

    By Anonymous Anónimo, at 30 de janeiro de 2007 às 13:03  

  • Foste muito feliz no tema. Também subscrevo.
    Isto ando a precisar de uma volta grande, para evitar as influências que vão minando a nossa sociedade e a vão empurrando cada vez mais para o abismo.
    Um abraço

    By Anonymous Anónimo, at 30 de janeiro de 2007 às 17:09  

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