O espirro
Há anos que me cruzava com ela. Todos os dias. Linda.
Em todos esses dias pensei meter conversa. Mas não.
Em todos esses dias pensei meter conversa. Mas não.
Certa vez, quando se cruzou comigo, ela espirrou. Pensei dizer-lhe “saúde!” ou algo assim – era a minha melhor desculpa, desde sempre, para lhe dirigir a palavra. Mas não.
Ela casou. Mas continuámos a cruzar silêncios. Todos os dias. Linda.
Ela enviuvou. No dia do funeral do marido, fui até sua porta. Bati. Ela abriu. Linda.
Disse “santinho!” e vim-me embora.
Ela casou. Mas continuámos a cruzar silêncios. Todos os dias. Linda.
Ela enviuvou. No dia do funeral do marido, fui até sua porta. Bati. Ela abriu. Linda.
Disse “santinho!” e vim-me embora.
5 Commenários:
Isso é que foi um belo 1º passo! :-)
By APC, at 17 de novembro de 2007 às 04:42
Sorrio, belo texto, super arejado :)
Deixo mimos
By MIMO-TE, at 17 de novembro de 2007 às 18:26
"Cruzar silêncios" ... linda espressão poética!
Um belo e singelo texto.
PS: O seu comentário, está no penúltimo post...
Não respondi, por falta de tempo.
Boa semana.
Beijo
By Páginas Soltas, at 20 de novembro de 2007 às 16:01
do pau oco, pensou ela de si para si.
By Rui, at 20 de novembro de 2007 às 18:20
Ele ha homens com muito pouca iniciativa...
Atchimmmmm
By Anónimo, at 20 de novembro de 2007 às 19:04
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