Dependências (I)
Quando saí da reunião dos IA já me sentia bem melhor. Havia desabafado, à minha volta todos padeciam do mesmo problema e, finalmente, sentia-me integrado e a ultrapassar as minhas dificuldades. “Perfeito, isto está a compor-se”, pensei.
No dia seguinte fui trabalhar mais calmo. No entanto, a meio da manhã, pareceu-me que o meu computador tinha uma estranha luz acesa, não estava a perceber o que seria. Quando já havia pegado no telefone para falar ao meu informático, avisaram-me (felizmente!) que era apenas a luz do On/Off, o que era absolutamente normal visto que eu tinha o computador ligado. A verdade é que já haviam passado 3 dias, 4 horas e 7 minutos sem que eu o contactasse – o que me estava a deixar doido.
No regresso a pé para casa, passei por um Cibercafé e, inevitavelmente, lembrei-me de novo dele. Era o melhor informático que eu alguma vez havia tido – dominava computadores, servidores, impressoras, o que fosse; enfim, o sonho de qualquer utilizador de informática. Mas resisti e não lhe telefonei.
À noite não conseguia dormir. “E se se avaria o scanner, se a UPS dá o berro, o que é que eu faço?”. Três da manhã. Fui até à janela apanhar um pouco de ar. Voltei para dentro mas, como continuava ainda sem sono, resolvi ligar o meu PC. A NET em baixo. Pânico total! Era fatal... tive uma recaída e telefonei-lhe. Deu-me, então, um conselho único e brilhante, que só demonstrou o seu elevado nível de conhecimentos – disse-me para desligar e voltar a ligar o computador. Funcionou. No dia seguinte, claro está, lá tive eu de voltar às reuniões dos Informático-dependententes Anónimos...
- Boa noite, o meu nome é António e sou informático-dependentente.
- Boa noite, António!
No dia seguinte fui trabalhar mais calmo. No entanto, a meio da manhã, pareceu-me que o meu computador tinha uma estranha luz acesa, não estava a perceber o que seria. Quando já havia pegado no telefone para falar ao meu informático, avisaram-me (felizmente!) que era apenas a luz do On/Off, o que era absolutamente normal visto que eu tinha o computador ligado. A verdade é que já haviam passado 3 dias, 4 horas e 7 minutos sem que eu o contactasse – o que me estava a deixar doido.
No regresso a pé para casa, passei por um Cibercafé e, inevitavelmente, lembrei-me de novo dele. Era o melhor informático que eu alguma vez havia tido – dominava computadores, servidores, impressoras, o que fosse; enfim, o sonho de qualquer utilizador de informática. Mas resisti e não lhe telefonei.
À noite não conseguia dormir. “E se se avaria o scanner, se a UPS dá o berro, o que é que eu faço?”. Três da manhã. Fui até à janela apanhar um pouco de ar. Voltei para dentro mas, como continuava ainda sem sono, resolvi ligar o meu PC. A NET em baixo. Pânico total! Era fatal... tive uma recaída e telefonei-lhe. Deu-me, então, um conselho único e brilhante, que só demonstrou o seu elevado nível de conhecimentos – disse-me para desligar e voltar a ligar o computador. Funcionou. No dia seguinte, claro está, lá tive eu de voltar às reuniões dos Informático-dependententes Anónimos...
- Boa noite, o meu nome é António e sou informático-dependentente.
- Boa noite, António!
Etiquetas: conto/crónica, parvoíces
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