CUOTIDIANO

domingo, junho 11, 2006

Implacavelmente

Implacavelmente surgiste. Com a força das trepadeiras, dos medos anónimos e dos desamores.

Implacavelmente te impuseste mas, curiosamente, sem fazer força, sem te enrolares no meu corpo, sem sequer existires (para mim, pelo menos).

Implacavelmente, és feita de palavras doces, como “árvore” ou “namorada” ou apenas da saudade dos momentos que, afinal, nunca existiram; como se a descoberta fosse apenas da água, nunca do teu corpo, nunca dos teus olhos.

Implacavelmente mas estranhamente também, saltaste de dentro de uma alma que não existe senão por ti - Se calhar, és a verdadeira causa e a verdadeira e única criadora de almas..

Anonimamente surgiste. No fundo, anonimamente existes (para mim, pelo menos).

Saberei porque te espero?

2 Commenários:

  • "Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas."

    Fernando Pessoa

    É na palavra que voamos, pelo verbo amamos e sofremos e como eu costumo dizer, eu não me apaixono pelos corpos, mas pelas ideias neles encerradas.

    Anonimamente, seja :) não teria de ser, mas como noutra coisa qualquer, seduziu-me a ideia de enganar o resto do mundo, à excepção do dono deste blog que sabe a quem dirigiu o post.
    E sabe quem responde.
    Envergonhada e anonimamente.

    Um beijo

    By Anonymous Anónimo, at 11 de junho de 2006 às 17:33  

  • You've got mail :)

    By Anonymous Anónimo, at 12 de junho de 2006 às 23:18  

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