És linda
Baralhas-me. Baralhas-me completamente, confesso. Não sei se é do teu olhar infindo de tempo e água e sede, se do teu cabelo louro e lento e longo de sedas que ignoro, se de teu cheiro leve de pétala e mares e desejos, se do imaginário toque de tua pele no preciso instante em que quase cruzámos os dedos e os afectos e os beijos – ou, ainda mais lentamente, os olhares. Sim, acho que, pelo menos, cruzámos os olhares, não?
Confesso outra vez, confesso. Confesso que apenas sei que desespero sem saber para onde olhar, em cada vez que te lembro. Sem saber, sequer, como te lembrar. A não ser nas dores. Sim, és tão linda que dóis no olhar. (Sabes?)
E as palavras - de que servem hoje e amanhã e depois e seja quando for, quando não são escutadas por ninguém, nem sequer pelas falésias, também elas sempre esquecidas pelos ecos e tempestades e, tal como as palavras, secretamente sussurradas à margem de ti e de teu corpo de nuvem?
Já agora – então e os sonhos, os desejos, o imaginar-te para além, muito para além de nua, quase tu, quase sede, quase pão, quase água, quase olhar? Que farei com tudo isso?
(É que és linda, sabes? E baralhas-me).
Nunca te toquei, não te sei o sabor - provavelmente ignoras que eu, sequer, exista. Mas sei, garanto-te, juro-te que sei que és linda. E dóis no olhar (já te disse?)
É que és linda, sabes?
Confesso outra vez, confesso. Confesso que apenas sei que desespero sem saber para onde olhar, em cada vez que te lembro. Sem saber, sequer, como te lembrar. A não ser nas dores. Sim, és tão linda que dóis no olhar. (Sabes?)
E as palavras - de que servem hoje e amanhã e depois e seja quando for, quando não são escutadas por ninguém, nem sequer pelas falésias, também elas sempre esquecidas pelos ecos e tempestades e, tal como as palavras, secretamente sussurradas à margem de ti e de teu corpo de nuvem?
Já agora – então e os sonhos, os desejos, o imaginar-te para além, muito para além de nua, quase tu, quase sede, quase pão, quase água, quase olhar? Que farei com tudo isso?
(É que és linda, sabes? E baralhas-me).
Nunca te toquei, não te sei o sabor - provavelmente ignoras que eu, sequer, exista. Mas sei, garanto-te, juro-te que sei que és linda. E dóis no olhar (já te disse?)
É que és linda, sabes?
9 Commenários:
Caro cuotidiano,
Ela deve ser linda, sem dúvida. No entanto, não me cabe ajuizar do que desconheço. O que me permito é pronunciar-me sobre este teu texto: lindo, lindo, lindo!
Beijos.
By mafalda, at 20 de julho de 2007 às 18:01
Não sei se é do teu olhar infindo de tempo e água e sede
Se do teu cabelo loiro e lento e longo de sedas que ignoro
Se de teu cheiro leve de pétala e mares e desejos
Confesso outra vez, confesso.
Os mil e um, e nenhum beijos.
E que apenas desespero sem saber para onde olhar
Ao imaginar-te inteira, muito para além de nua,
Quase tu, quase minha, quase tua
Quase toda, quase fome, quase pão
E então, o sonho... E as palavras
Feitas eco e tempestade
(são mentira, são verdade?...)
Num sussurro pelas margens do teu corpo
(lentamente, a pouco e pouco)
De que servem as palavras... Hoje e amanhã e depois... Senão a dois?
E que farei com tudo isso, se me dóis?
By APC, at 20 de julho de 2007 às 23:37
Já houve alturas em que tive muito medo de parecer ridícula mas hoje em dia ultrapassei isso em prol dum descanso que me faz andar melhor e ser mais linda ainda:))
Isto pode parecer despropositado mas aqui na minha mente faz muito sentido porque senti este texto como se fosse escrito para mim e não me sinto nem um pouco patética por dizer isto.
Adoro este registo...mas adoro de paixão:).
Fica bem!
By Anónimo, at 21 de julho de 2007 às 23:15
Sei que o texto não é para mim, mas tenho pena.:)
Junto-me ao coro de vozes para dizer que de facto o texto está "lindo", e ainda que esta palvara possa ficar um pouco gasta, não há outra que o defina melhor.
By hipo violeta, at 22 de julho de 2007 às 00:38
Caro Cuoti,
Depois do super comentário da minha amiga-poema, o que tenho mais pra dizer?
Beijinho
By Leticia Gabian, at 22 de julho de 2007 às 19:14
Olha eu fiquei admirado por cauza de não teres fotos no teu blogue.
Como eu só vou para o 2º ano de escolaridade ainda não percebo muito bem o que tu escreves.
Penso que devias por fotos.
By Anónimo, at 24 de julho de 2007 às 01:21
Não sei se é do teu olhar infinito de criança pura e homem louco
Do teu cabelo que enrolo entre os dedos quando sonho que te toco
Se do teu cheiro noite adentro, entre cansaços mortais
Ou p'la manhã, se te acordo dos meus silêncios banais
Confesso, afinal, confesso.
Que é de te sonhar que vivo e que é disso que padeço.
E que apenas desespero sem saber como te esperar
Ao imaginar-te inteiro, muito para além de nu,
Todo teu, todo meu e todo tu
No teu corpo, num suspiro e nesse olhar
E as palavras, ditas alto em desespero
Ou em segredo, sob o mando do desejo
(lentamente, beijo a beijo)...
São de pouco, as palavras, se te quero
Doem muito as palavras por que espero.
E baralham, como cartas de jogar
Se as lançamos, mas sem mãos para as agarrar.
By Nothing more than me, at 24 de julho de 2007 às 20:42
A tua escrita é muito boa.(Já te disse?) Este é um texto encantatório.
Parabéns.
Beijinho.
By Licínia Quitério, at 31 de julho de 2007 às 10:27
"Já agora – então e os sonhos, os desejos, o imaginar-te para além, muito para além"...
***
Don't worry baby!
:-)
By APC, at 2 de agosto de 2007 às 23:11
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