Não há nada como os psicólogos
Achei graça quando, pela primeira vez na minha vida, ao fazer amor a minha comparsa me tratou por “Dr. Pereira da Silva”, por entre gritos histéricos (meus) e bocados de batatas fritas de pacote (dela), com os quais tentava matar as moscas na parede. Por várias razões: não é esse o meu nome, tenho apenas a 4ª classe (ramo “canídeos e hortaliças”) e, para além disso, estava tão baralhado no acto ao ponto de lhe ter causado uma otite. Confesso - achei tanta graça que, no dia seguinte, com ela no otorrinolaringologista (“oto” para os amigos), ainda me estava a rir, enquanto acabava com as batatas que haviam sobrado do tiro ao alvo. Bom, ria-me também porque o gajo usava ceroulas rosa na cabeça, mas isso é absolutamente secundário. (Mas extraordinário e giro na mesma).
Da segunda vez já não achei assim tanta graça, tanto mais que, mais tarde, me apercebi que a minha partenaire não era a freira devassa como que eu, durante anos, havia sonhado e fantasiado mas, apenas e só, um reles pinguim míope e excomungado - pelos vistos também arraçado de papagaio, pois não se calava com aquela de “Dr. Pereira da Silva, que belo instrumento!, Dr. Pereira da Silva, que belo instrumento!...”. Era verdade, é certo, mas às tantas cansa...
Da terceira senti que era demais, já que estava em pleno e frenético papanço do meu psicólogo clínico, o Dr. Pereira da Silva. Realmente, era mesmo demais - o gajo era completamente marado, a tratar-me pelo seu nome! Mas (espera aí!)... será que ele não se estaria a imaginar com o próprio pai (o apelido era o mesmo, evidentemente...) e eu, ali, serviria apenas para lhe preencher a fantasia erótica - ainda por cima, a pagantes?!
Só havia uma saída - mandei-o para o sofá, ele falou durante horas, eu não ouvi uma palavra que fosse, cobrei-lhe um balúrdio e, desde então, já me sinto bastante melhor. Ao ponto de ter realizado que me chamo Pereira da Silva e que adoro fazer amor comigo mesmo, enquanto como batatas fritas de pacote no iate que comprei com os honorários que lhe cobrei (e também com as massas provenientes de umas limpezas de escritório, que um dinheirinho extra nunca fez mal a ninguém). Como bónus terapêutico descobri, também, que minha mãe era o caracol hemofílico que me surgia em sonhos. Ah, e apenas duas semanas depois, já fazia com aquele fantástico médico um grande barbeque, comemorando a minha cura!
De facto, não há nada como os psicólogos! Saborosos comó caraças!
Da segunda vez já não achei assim tanta graça, tanto mais que, mais tarde, me apercebi que a minha partenaire não era a freira devassa como que eu, durante anos, havia sonhado e fantasiado mas, apenas e só, um reles pinguim míope e excomungado - pelos vistos também arraçado de papagaio, pois não se calava com aquela de “Dr. Pereira da Silva, que belo instrumento!, Dr. Pereira da Silva, que belo instrumento!...”. Era verdade, é certo, mas às tantas cansa...
Da terceira senti que era demais, já que estava em pleno e frenético papanço do meu psicólogo clínico, o Dr. Pereira da Silva. Realmente, era mesmo demais - o gajo era completamente marado, a tratar-me pelo seu nome! Mas (espera aí!)... será que ele não se estaria a imaginar com o próprio pai (o apelido era o mesmo, evidentemente...) e eu, ali, serviria apenas para lhe preencher a fantasia erótica - ainda por cima, a pagantes?!
Só havia uma saída - mandei-o para o sofá, ele falou durante horas, eu não ouvi uma palavra que fosse, cobrei-lhe um balúrdio e, desde então, já me sinto bastante melhor. Ao ponto de ter realizado que me chamo Pereira da Silva e que adoro fazer amor comigo mesmo, enquanto como batatas fritas de pacote no iate que comprei com os honorários que lhe cobrei (e também com as massas provenientes de umas limpezas de escritório, que um dinheirinho extra nunca fez mal a ninguém). Como bónus terapêutico descobri, também, que minha mãe era o caracol hemofílico que me surgia em sonhos. Ah, e apenas duas semanas depois, já fazia com aquele fantástico médico um grande barbeque, comemorando a minha cura!
De facto, não há nada como os psicólogos! Saborosos comó caraças!
Etiquetas: parvoíces
7 Commenários:
Tu és muita maluco, Pereira da Silva! :-) E não sei quem te baptizou assim, mas tive um prof. de Metodologia Projectiva com esse nome, believe it or not (e outro, esse sim, digno das melhores fantasias - o que é secundário mas, ainda assim, extraordinário! lol) com os apelidos às avessas (e olha que esta palavra - "avessas" - associada à imagem do Senhor - e não, não é Deus, mas pouco lhe falta) até me faz confusão! :-)
O que acha, Doc?... Será normal?
Diga-me, porque a sua opinião importa-me imenso em tudo o que se refere à saúde mental. Especialmente em se tratando do maior especialista em miupia pinguínica e tiro à mosca à batatada que eu conheço.
Ahhh... Não há mesmo nada como os psicólogos, caramba!!! :-)))
By APC, at 15 de junho de 2007 às 01:22
Cuoti,
Como a gente diz por aqui, tu és um maluco beleza!
By Leticia Gabian, at 16 de junho de 2007 às 22:50
Pá, dentro do espírito de literatura do absurdo, lembrou-me Boris Vian. Tá giro, dá-lhe com força.
By Lúcio Ferro, at 17 de junho de 2007 às 14:06
Já tinha estado aqui a ler, mas sem comentar... É que muitas vezes depois de ler só me parece que não tenho palavras à altura. Para próxima leitura vou ter de me preparar primeiro, capturando algumas palavras...
By redonda, at 17 de junho de 2007 às 17:00
Entonteces-me com este tipo de posts:)))))). O ritmo é alucinante, a criatividade vertiginosa e eu a meio sinto-me exausta ao ponto de parar para começar o comentário.
(Comparsa??????)
Segundo round, já volto:)
Aqui está a explicação da conversa da mulher ideal, pelo menos a parte da desinibida!
(Partenaire??????)
…
Quem é que é mesmo o marado???
Ou seja…a sócia (gostas desta?) bazou e acabaste com os grilos…certo??:))))))
Desisto…não tenho balúrdios para esbanjar com certas raças:)
Fica um beijinho inofensivo!
By Anónimo, at 17 de junho de 2007 às 19:40
Excelente parvoíce. Diverti-me a valer.
Um beijo.
By mafalda, at 18 de junho de 2007 às 21:10
hahahhahahah fizeste-me rir que nem uma perdida... Subescrevo a tua loucura...
By Ana Luar, at 19 de junho de 2007 às 09:06
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