Dog Mendonça, um post interactivo (era hiperactivo mas dei-lhe uma chapada e acalmou)
Li no “Público” de Domingo um artigo/entrevista com Filipe Melo, considerado um dos melhores pianistas de jazz portugueses, cuja paixão/obsessão não é, curiosamente, a música mas sim o cinema. Nesse texto era referido que um dos filmes que planeia (ou melhor, sonha) fazer ir-se-á intitular “Dog Mendonça”, do género fantástico, “com formigas gigantes, o dia do juízo final passado em Lisboa, um entregador de pizzas, um lobisomem de meia-idade e um exército de mutantes” – simultânea e estranhamente também, será “uma história de amor”.
Não sei se do absinto se da hora (ou se das horas de absinto), dei comigo a pensar que ou o título, ou o tema ou os personagens (ou todos) tinha algo a ver comigo – não conseguia era descobrir o quê. Também não sei se do absurdo da hora, magiquei que, se calhar, estaria relacionado com o meu “ex-casamento”. Mas não podia ser – porque o filme não só era do género “fantástico” como também “uma história de amor”. Se calhar a relação casamenteira estaria relacionada com o “exército de mutantes” que constituía a família dela – a minha era composta, na altura, apenas por um caracol. A bem dizer, no início do copo-de-água já que, sendo certo que era meu tio, também é verdade que estava delicioso. Ah, também desapareceram uns candelabros de prata mas juro pela casca (que nos moluscos gastrópodes ranhosos faz a vez de alma) do caracol que estou inocente!
De seguida pus a hipótese de “o dia do juízo final em Lisboa” estar relacionado com a minha actual estadia em Agosto, em calor, em desespero, em Lisboa, em overdose de trabalho – diga-se de passagem uma overdose feliz, já que os consequentes honorários me permitiriam assegurar, pelo menos até ao pôr-do-sol seguinte, a sobrevivência das “formigas gigantes” a que dei origem. Mas... “‘pera aí, se calhar é isso!”, pensei. Não, não podia ser - desisti da ideia já que era demasiado óbvio para a minha complicada mioleira... e eu, como toda a gente sabe, tenho uma mente arraçada de corno de carneiro velho.
Depois explorei a hipótese “entregador de pizzas”. Mas como pizza não é coisa que eu coma porque detesto queijo, em que é que isso se relacionaria comigo? Teria a ver com tartarugas-ninja, a vinda do Derlei para o Sporting, ou de o Verão em Moscovo ter calhado à quarta-feira? Definitivamente estava a ficar baralhado.
Estava eu nestas regurgitações mentais (e noutras físicas) quando, repentinamente, me vieram mudar os lençóis - por engano, claro, já que eu havia apenas pedido, uma hora antes, o serviço de quartos para mudança de lentes de contacto. Em todo o caso, o cheiro a queijo, quase que por milagre, havia desaparecido. Viria daí a relação com as pizzas? “Humm”, duvidei eu de novo.
Bom. Sobrava o “lobisomem de meia-idade”. Seria ele Dog Mendonça? Ou apenas uma frigideira onde, outrora, fritei um capachinho de seda pura? Ou estaria Deus com um chapéu de palhaço? E o que é que isso teria a ver comigo? “Chiça, está difícil!”, lembro-me que comentei para o meu chiuaua imaginário. (Não me lembro é da resposta da porcaria do cão – se calhar porque na altura estava com pouco sinal na imaginação).
Mais um absinto mais uma viagem e adormeci meio inconsciente (mas, consequentemente, também meio consciente - o que não é nada mau, já que 50% de consciência é um nível bastante superior ao que alguma vez terá a grande maioria dos taxistas de Lisboa), enquanto ia ouvindo (ou imaginando ouvir, não sei bem), cada vez mais ao longe, os uivos filosóficos de Dog Mendonça, ao ser finamente sodomizado pelos seus companheiros de cela – numa sodomização que não era uma sodomização qualquer, era daquelas de nível elevado, nomeadamente de colesterol, utilizando acessórios, utensílios e fetiches do mais elevado calibre socio-cultural, tais como caviar, tacos de golfe com cabos de prata, factorings e quadros daquele menino de lágrima furtiva dentro de um canil abandonado (o canil, claro). Sim, era uma sodomia tipo “five stars”, não uma sodomia qualquer, como fazem os (blherc!) pobres, que nem sodomizar sabem – ainda por cima fazem-no sem qualquer convicção e, mais ainda, logo a seguir ao futebol, utilizando sardinhas assadas, pimentos crus ou uma qualquer aparição religiosa que ali passe por engano, perdida no seu caminho para Fátima.
Lopes, claro. A do programa. A que o povo grama.
Adormeci - dizia eu - só tendo sido acordado há pouco por um traque absolutamente formal e distinto da empregada da limpeza do motel onde me hospedei para fugir de uma prostituta maneta.
Ah, desculpem, estive a divagar, deve ter sido do absunto, já estou norbal outra vez. Bom, mas voltando à minha interrogação inicial - o que é que Dog Mendonça teria a ver comigo?
Já que estamos na silly season, aceitam-se sugestões. De todos menos do próprio Dog Mendonça, claro. Seria inside trading.
Ou peiding.
Não sei.
Não sei se do absinto se da hora (ou se das horas de absinto), dei comigo a pensar que ou o título, ou o tema ou os personagens (ou todos) tinha algo a ver comigo – não conseguia era descobrir o quê. Também não sei se do absurdo da hora, magiquei que, se calhar, estaria relacionado com o meu “ex-casamento”. Mas não podia ser – porque o filme não só era do género “fantástico” como também “uma história de amor”. Se calhar a relação casamenteira estaria relacionada com o “exército de mutantes” que constituía a família dela – a minha era composta, na altura, apenas por um caracol. A bem dizer, no início do copo-de-água já que, sendo certo que era meu tio, também é verdade que estava delicioso. Ah, também desapareceram uns candelabros de prata mas juro pela casca (que nos moluscos gastrópodes ranhosos faz a vez de alma) do caracol que estou inocente!
De seguida pus a hipótese de “o dia do juízo final em Lisboa” estar relacionado com a minha actual estadia em Agosto, em calor, em desespero, em Lisboa, em overdose de trabalho – diga-se de passagem uma overdose feliz, já que os consequentes honorários me permitiriam assegurar, pelo menos até ao pôr-do-sol seguinte, a sobrevivência das “formigas gigantes” a que dei origem. Mas... “‘pera aí, se calhar é isso!”, pensei. Não, não podia ser - desisti da ideia já que era demasiado óbvio para a minha complicada mioleira... e eu, como toda a gente sabe, tenho uma mente arraçada de corno de carneiro velho.
Depois explorei a hipótese “entregador de pizzas”. Mas como pizza não é coisa que eu coma porque detesto queijo, em que é que isso se relacionaria comigo? Teria a ver com tartarugas-ninja, a vinda do Derlei para o Sporting, ou de o Verão em Moscovo ter calhado à quarta-feira? Definitivamente estava a ficar baralhado.
Estava eu nestas regurgitações mentais (e noutras físicas) quando, repentinamente, me vieram mudar os lençóis - por engano, claro, já que eu havia apenas pedido, uma hora antes, o serviço de quartos para mudança de lentes de contacto. Em todo o caso, o cheiro a queijo, quase que por milagre, havia desaparecido. Viria daí a relação com as pizzas? “Humm”, duvidei eu de novo.
Bom. Sobrava o “lobisomem de meia-idade”. Seria ele Dog Mendonça? Ou apenas uma frigideira onde, outrora, fritei um capachinho de seda pura? Ou estaria Deus com um chapéu de palhaço? E o que é que isso teria a ver comigo? “Chiça, está difícil!”, lembro-me que comentei para o meu chiuaua imaginário. (Não me lembro é da resposta da porcaria do cão – se calhar porque na altura estava com pouco sinal na imaginação).
Mais um absinto mais uma viagem e adormeci meio inconsciente (mas, consequentemente, também meio consciente - o que não é nada mau, já que 50% de consciência é um nível bastante superior ao que alguma vez terá a grande maioria dos taxistas de Lisboa), enquanto ia ouvindo (ou imaginando ouvir, não sei bem), cada vez mais ao longe, os uivos filosóficos de Dog Mendonça, ao ser finamente sodomizado pelos seus companheiros de cela – numa sodomização que não era uma sodomização qualquer, era daquelas de nível elevado, nomeadamente de colesterol, utilizando acessórios, utensílios e fetiches do mais elevado calibre socio-cultural, tais como caviar, tacos de golfe com cabos de prata, factorings e quadros daquele menino de lágrima furtiva dentro de um canil abandonado (o canil, claro). Sim, era uma sodomia tipo “five stars”, não uma sodomia qualquer, como fazem os (blherc!) pobres, que nem sodomizar sabem – ainda por cima fazem-no sem qualquer convicção e, mais ainda, logo a seguir ao futebol, utilizando sardinhas assadas, pimentos crus ou uma qualquer aparição religiosa que ali passe por engano, perdida no seu caminho para Fátima.
Lopes, claro. A do programa. A que o povo grama.
Adormeci - dizia eu - só tendo sido acordado há pouco por um traque absolutamente formal e distinto da empregada da limpeza do motel onde me hospedei para fugir de uma prostituta maneta.
Ah, desculpem, estive a divagar, deve ter sido do absunto, já estou norbal outra vez. Bom, mas voltando à minha interrogação inicial - o que é que Dog Mendonça teria a ver comigo?
Já que estamos na silly season, aceitam-se sugestões. De todos menos do próprio Dog Mendonça, claro. Seria inside trading.
Ou peiding.
Não sei.
Etiquetas: parvoíces
4 Commenários:
Não serão o Dog Mendonça e o Filipe Melo uns primos afastados ou mesmo próximos dos quais tivesses sido separado em criança?
By redonda, at 22 de agosto de 2007 às 13:53
Creio que o Dog Mendonça era da família dos psicólogos patólogicos, pensa nisso...
E é
grão a grão enche a dita o dito.
Beijo*
By Maria P., at 23 de agosto de 2007 às 11:21
Texto engraçado mas o Dog Mendonça devia pertencer a algumquadro técnico de patologia!!
Bjs Zita
By Espaços abertos.., at 23 de agosto de 2007 às 13:25
Em comum parece-me existir uma…etiqueta. Não daquelas que se colocam nos pezinhos dos defuntos, mas sim aquela que denominas de “parvoíce”:)).
Cansas-me…e sei que te cansas também! No cansaço é que esta o ganho…ou o ganhar de tempo para não pensar em parvoíces diferentes!
Beijo idiota, muita idiotice nos beijinhos é sempre um acréscimo fantástico:)
By Anónimo, at 24 de agosto de 2007 às 19:19
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