Secretamente
I
- Conta-me os teus segredos – pediste.
Despidos do mundo, quase despidos de nós, como se fossemos apenas olhares, respondi-te.
- Não o posso fazer.
- Porquê?
- Porque, se o fizesse, a seguir teria de te amar. E, aí, partirias com as primeiras chuvas. Estou certo disso.
Despidos do mundo, quase despidos de nós, como se fossemos apenas olhares, respondi-te.
- Não o posso fazer.
- Porquê?
- Porque, se o fizesse, a seguir teria de te amar. E, aí, partirias com as primeiras chuvas. Estou certo disso.
II
Fizeste um longo silêncio - cúmplice e amante, julguei eu. Intuí assim.
Depois disso não sei mais o que aconteceu. Mas partiste na mesma.
Hoje dizes que nada trocámos, nada sentiste. Que nós fomos nada. Fazendo uma queimada com a lenha das memórias - talvez para adubar novas lavouras.
III
(Eu permaneço. Lembrando-te clandestinamente. Em segredo)
Etiquetas: Nada
posted by cuotidiano at
11:43 da manhã
4 Commenários:
Tu tens um prato com um ingrediente especial (secreto). Não consigo definir o seu sabor, mas gosto. Sinto-me ignorante por não reconhecer o ingrediente, mas deliciado com a sensibilidade do que aqui serviste.
*bihhb
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Balbino, at 14 de fevereiro de 2008 às 04:41
Há um chocolate que eu adoro, que leva pimenta. Uma pimenta que não pica, que é doce, mas que está lá.
Chama-se "dor sem culpas", este teu ingrediente mágico, não é? Parece-me senti-lo assim... Secretamente...!
Um beijo.
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APC, at 14 de fevereiro de 2008 às 19:34
Sentou-se à frente do monitor e hesitou. Deixou que se passassem mais de 2 quartos de hora sem conseguir decidir. Por fim, ligou-se ao sítio do Instituto de Meteorologia. Precisava saber se havia noticia das segundas chuvas. As que traziam, não as que levavam.
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Rui, at 15 de fevereiro de 2008 às 15:30
É sempre mais fácil escrever-se sobre a dor que o amor causa do que a felicidade. Mais poético, mais belo, flui como água num rio. Ao cantar-se o Amor, apenas se formos brilhantes aquilo não parece lamechas e doce em excesso, como um bolo mal feito.
Soa divinamente, mas gostava de te sentir mais feliz. A vida às vezes é só isso, desejo de felicidade e coisas mal escritas (como as minhas).
Beijos
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A, at 18 de fevereiro de 2008 às 13:38
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