CUOTIDIANO

sexta-feira, maio 01, 2009

Pastar caracóis no Sara

Circulam pelos jornais e pelos blogues textos inflamados em defesa de um senhor cujo único objectivo de vida é, disfarçado de opinador (no caso, provavelmente da família de “ópio”, não de “opinião”), insultar os outros, criando “sound bytes” de trocadilho fácil, dizendo alarvidades com ar letrado, possivelmente achando que assim demonstra a sua “independência”, a sua “superioridade moral”, ou o “sou muito macho e dou porrada neles”. Pessoalmente, já tive a impagável experiência de trocar e-mails com esse senhor, a propósito de um seu artigo que continha inúmeras imprecisões e mentiras referentes à minha profissão (sempre escritas com um ar de profundo conhecedor do assunto...) e que afectavam e alteravam directa e completamente as conclusões que tirava – conclusões essas que, claro, serviam apenas e só para injuriar alguém, como é seu hábito compulsivo. Inevitavelmente, essa correspondência terminou com a referida criatura a insultar-me gratuitamente quando se lhe acabaram os argumentos. Porque argumento, argumento, é coisa que lhe falta – ao que parece os (já de si poucos) neurónios que tratavam da argumentação foram desviados para o insulto. Claro está que a conversa ficou por aí, tendo eu na altura posto a hipótese de o processar. Como, aí sim, seria “David contra Golias”, desisti da ideia. Confesso que, agora, acho que fiz mal.

Mas adiante. Como, na minha opinião, já ultrapassa das marcas toda esta onda populista e absurda de defesa desse escriba alarve, resolvi transcrever aqui parte de um artigo de Miguel Sousa Tavares - que, como é evidente, é perfeitamente insuspeito não só em relação a Sócrates como, principalmente, no que toca à liberdade de imprensa. É que, como “a mentira voa e a verdade coxeia”, mais vale parar um pouco, pensar, e concluirmos algo por nós próprios a partir dos factos, do que, ao invés, nos entretermos a esvoaçar com as palavras e mentiras fáceis de alguém que, por lhe darem espaço num jornal, julga que tem importância e relevância muito superiores à sua pequenez de espírito. Mas atentem, então, nas palavras abaixo.

“Há um tipo - que tem o mesmo apelido que eu e que escreve semanalmente no "DN", onde se especializou na ofensa fácil - que escreveu que Sócrates falar de moral é o mesmo que Cicciolina falar de virtude, ou coisa que o valha. O cidadão José Sócrates, sentindo-se ofendido (como qualquer um de nós se sentiria), põe um processo ao ofensor. Tem esse direito? Não: é o primeiro-ministro a intimidar um 'jornalista'. E o 'jornalista' vira mártir da liberdade de imprensa na praça pública. Fala-se em "ameaças intoleráveis", da liberdade em risco, da heróica e antiquíssima luta da imprensa contra o poder, do "jornalismo de investigação" contra as pressões políticas. Liberdade? De imprensa? Ora, vão pastar caracóis para o Sara!”


Com os meus respeitosos cumprimentos ao “jornalista” sr. João Miguel Tavares.

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1 Commenários:

  • Um abraço para ti, velho amigo virtual Cuotidiano. Há muito que não te visitava e fiz questão de vir pessoalmente informar-te de que ainda me encontro (miraculosamente) vivo.


    Jorge

    By Blogger Madrigal, at 7 de maio de 2009 às 21:06  

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