CUOTIDIANO

sábado, setembro 30, 2006

A pedido, cinco características em palavras, frases, livros...

Há palavras que eu adoro, palavras vulgares ou inventadas, confesso que nem sei porque as adoro, mas há – namorada, fonte, luar, água, desejo, almamente, gesto, nome.

Há palavras que me são fetiche, apesar de roçar o absurdo o facto de eu gostar delas – frigorífico, mastodonte, armário, cócó.

Há palavras que me irritam – estereotipado, efectivamente, lambuzado, governo.

Há palavras que me põe em conflito interno – tia, casamento, mansão, mordomo.

Há palavras adúlteras, ou seja, aquelas em que há um sinónimo muitíssimo menos irritante – face (em vez de cara), obeso (em vez de gordo), plincaplum(em vez de bicicleta), idosa em vez de velha.


Depois há frases...

Que eu adoro – os morangos andam nus.

Que me são fetiche – os fuzileiros, tão engraçados, fazem os ninhos com mil cuidados.

Que me irritam – os pagamentos só serão efectuados a partir da sexta terça-feira do próximo ano.

Que me põem em conflito interno – gostava de jantar contigo mas apenas se fosses mulher.

Que me põem adúltero – és feio comó caraças; queres sexo, arranja outra!


Depois há livros...

Que eu adoro – “Uma coisa em forma de assim” (Alexandre O’Neill), “Poesia toda” (Herberto Hélder), “À boleia pela galáxia” (Douglas Adams), "Algumas das palavras" (Paul Eluard), “Três homens num bote” (J. K. Jerome).

Que me são fetiche – um prontuário, um dicionário, uma gramática.

Que me irritam – “Enamoramento e amor” que, estupidamente, li na adolescência e... não digo mais para não sujar ninguém com a proximidade de tanta intelectualice bacoca (Deus queira que me tenha enganado no título, que citei de cor...).

Que me põem em conflito interno – qualquer livro da ”Rebelo Light Pinto”, pela simples razão de que mais vale ler trampa que nada.

Quer me põem adúltero – "kamasutra", sem dúvida nenhuma, "kamasutra"! (volto daqui a meia-hora, pelo menos!).


PS – Como é evidente, não tenho espírito para participar na “corrente do conhecimento”, pois acho que estamos todos muito melhor assim, no conhecimento virtual, no desconhecimento real, nas interrogações – na verdade, só escrevi isto porque... sim! (boa razão, não?).
PPS - Em cima, nos livros que eu adoro, esqueci-me dos "Contos do Gin-Tonic", de Mário-Henrique Leiria. Por o considerar fundamental, resolvi fazer este acréscimo ao texto original.

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