A suprema generosidade da banca
Segundo o “Diário de Notícias” de hoje, “a banca está disposta a negociar os arredondamentos das taxas de juro do crédito à habitação com os seus clientes”. Fiquei estupefacto quando li. Quão generosos eles estão!
Mas recuemos um pouco. Conforme aqui escrito em 15 de Julho último, “os lucros da banca subiram 30 por cento no ano passado, em comparação com o ano anterior, e os impostos pagos ao Estado cresceram 15 por cento, para 528 milhões de euros”. Na altura assinalou-se, também, a curiosidade de que “a taxa de imposto paga pela banca é de cerca de 12%, ou seja, aproximadamente metade(!) da taxa de IRC, o imposto pago pelas empresas” - isto para já não falar dos contribuintes individuais, grande parte das vezes com taxas (muito) superiores às da banca. Já agora, se dividirmos os 528 milhões de euros de impostos pagos por 12%, obteremos 4.400 milhões de euros de lucro. Para que se veja melhor: 4.400.000.000€!
Bom, mas regressando à actualidade. As taxas de juro já subiram, salvo erro, dez(!) vezes este ano, os impostos que a banca paga continuam tão baixos quanto estavam, os lucros continuam a subir e agora, num acesso de generosidade suprema, a banca admite “negociar os arredondamentos” – Lindo! Ou seja, não muda a forma de arredondamento actual (sempre para cima, claro está!), nem sequer a negoceia – apenas admite a hipótese de a negociar!
Palavras para quê? É o nosso triste fado (É uma banca portuguesa, com certeza, é com certeza uma banca portuguesa!).
Mas recuemos um pouco. Conforme aqui escrito em 15 de Julho último, “os lucros da banca subiram 30 por cento no ano passado, em comparação com o ano anterior, e os impostos pagos ao Estado cresceram 15 por cento, para 528 milhões de euros”. Na altura assinalou-se, também, a curiosidade de que “a taxa de imposto paga pela banca é de cerca de 12%, ou seja, aproximadamente metade(!) da taxa de IRC, o imposto pago pelas empresas” - isto para já não falar dos contribuintes individuais, grande parte das vezes com taxas (muito) superiores às da banca. Já agora, se dividirmos os 528 milhões de euros de impostos pagos por 12%, obteremos 4.400 milhões de euros de lucro. Para que se veja melhor: 4.400.000.000€!
Bom, mas regressando à actualidade. As taxas de juro já subiram, salvo erro, dez(!) vezes este ano, os impostos que a banca paga continuam tão baixos quanto estavam, os lucros continuam a subir e agora, num acesso de generosidade suprema, a banca admite “negociar os arredondamentos” – Lindo! Ou seja, não muda a forma de arredondamento actual (sempre para cima, claro está!), nem sequer a negoceia – apenas admite a hipótese de a negociar!
Palavras para quê? É o nosso triste fado (É uma banca portuguesa, com certeza, é com certeza uma banca portuguesa!).
2 Commenários:
Numa análise de contéudo quiça interessante, eu diria que já não é a primeira vez que abordas um tema de todo omisso nas coisas que escrevo. E qual será ele, qual será? Uma dica: não é a generosidade, não, não é! ;-)
Mas não deixa de ser algo que também desejo que tenhas, claro!
:-*
By APC, at 28 de outubro de 2006 às 02:46
De Jorge Rebelo a 28 de Outubro de 2006 às 21:42
Caro amigo, tens toda a razão, mas só não te quis mencionar, exactamente para manter o anonimato da fonte. Nunca me passou pela cabeça plagiar-te ou fosse o que fosse. Apenas não me senti autorizado a revelar o blog onde tinha lido a expressão sem saber da tua opinião. Doravante já a sei. Obrigado e um abraço.
Madrigal
By Anónimo, at 28 de outubro de 2006 às 21:58
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