CUOTIDIANO

sábado, novembro 04, 2006

Saúde / Tratar da saúde

Li há poucos dias no “Público” duas notícias que, se conjugadas, dizem muito do mundo em que (sobre)vivemos. Recordemo-las.

A primeira, com honras de segunda e terceira páginas, era sobre (entre outras características da guerra) os gastos norte-americanos no Iraque e que já vão, desde a invasão, em várias centenas de milhares de milhões de dólares. Só no ano passado, ascenderam a mais de (vou escrever por extenso, para se ter melhor a noção do que se está a falar) 100.000.000.000 (sim, cem mil milhões) de dólares!

A segunda, esquecida para as páginas finais e limitada a um rectângulo com qualquer coisa como 5 x 10 cm, dizia que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a corrupção consome entre 10 a 25% dos recursos mundiais anuais com a saúde que, no total, se cifram em cerca de 39 mil milhões de euros. (Esta notícia, só por si, deveria estar na primeira página, pois este roubo – entre cerca de 4 a 10 mil milhões de euros – impede que o tratamento chegue a milhares de pessoas que acabam por morrer, pelo que é um crime mais que hediondo; e por ser de “colarinho branco” ainda se torna mais nojento!).

Juntando as duas, vem que os gastos anuais norte-americanos com a matança de pessoas no Iraque, dariam para mais de dois anos de recursos para a saúde no mundo inteiro, ou seja, salvariam (ao invés de matar) milhares de vidas!

Triste mundo este, em que algumas “unidades de carbono” – as que efectivamente e infelizmente mandam - “evoluíram” para cérebros feitos de notas e corações feitos de ganância...

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