Tu eras (e és) só tu
Então tu eras só tu
E eu era só eu – aparte os dedos sonolentos
Então tu estavas ali
E eu andava por onde o teu cheiro sobrava – aparte os impartilháveis momentos
Depois soube que percorrias lagoas, esvoaçavas saudades
Esperando o grande beijo que nunca darias
Eu? Eu esperava pelos tais momentos sonolentos
Em que te abraçava e tu nunca mais partirias
Então fiquei apenas como se nada fosse
Com o teu cheiro parado
É que eu esperei por ti, sabes?, na quinta nuvem de um outro céu
Como um fantasma, como perdido, como amado
Ou como uma rima. Apenas fácil. Apenas eu
Depois lembrei - docemente surgiste
Depois docemente te insurgiste contra tudo o que achavas mal
Ou bem demais ou parvo à brava ou apenas tudo
Descobri (e sei) que darias a vida contra a cómoda instalação dos momentos
Também sei que pensaste em tudo
Até nos objectos e nos sentimentos
Que te rodeavam como um escudo
E depois te enredavam e te faziam renascer outra vez
Apenas como parte dos luares lentos
(Depois tu própria construíste as pessoas que te saborearam
Como a maçã primordial)
Prima da manhã
Irmã do luar
Rochedo e namorada que nunca foste
Tu sabes - só tenho palavras e palavras para te dar
E mais palavras ainda
Minhas e tuas e nossas e distantes e próximas - ainda que palavras e só palavras a esvoaçar.
Agora sei apenas que te espero nos reflexos
De uma lua timidamente escondida
Em camuflados sentimentos de espera
Em saborosos momentos de vida
Mas – que se lixe! - apenas tu me alegras o dia. Ah, e um beijo teu provavelmente também ajudaria
E eu era só eu – aparte os dedos sonolentos
Então tu estavas ali
E eu andava por onde o teu cheiro sobrava – aparte os impartilháveis momentos
Depois soube que percorrias lagoas, esvoaçavas saudades
Esperando o grande beijo que nunca darias
Eu? Eu esperava pelos tais momentos sonolentos
Em que te abraçava e tu nunca mais partirias
Então fiquei apenas como se nada fosse
Com o teu cheiro parado
É que eu esperei por ti, sabes?, na quinta nuvem de um outro céu
Como um fantasma, como perdido, como amado
Ou como uma rima. Apenas fácil. Apenas eu
Depois lembrei - docemente surgiste
Depois docemente te insurgiste contra tudo o que achavas mal
Ou bem demais ou parvo à brava ou apenas tudo
Descobri (e sei) que darias a vida contra a cómoda instalação dos momentos
Também sei que pensaste em tudo
Até nos objectos e nos sentimentos
Que te rodeavam como um escudo
E depois te enredavam e te faziam renascer outra vez
Apenas como parte dos luares lentos
(Depois tu própria construíste as pessoas que te saborearam
Como a maçã primordial)
Prima da manhã
Irmã do luar
Rochedo e namorada que nunca foste
Tu sabes - só tenho palavras e palavras para te dar
E mais palavras ainda
Minhas e tuas e nossas e distantes e próximas - ainda que palavras e só palavras a esvoaçar.
Agora sei apenas que te espero nos reflexos
De uma lua timidamente escondida
Em camuflados sentimentos de espera
Em saborosos momentos de vida
Mas – que se lixe! - apenas tu me alegras o dia. Ah, e um beijo teu provavelmente também ajudaria
4 Commenários:
Terão sido esperas descompassadas? Terão sido palavras em tempos errados? Terão sido sonhos em noites desiguais? E a lua, una, mas em opostos hemisférios? Um "eu" e um "tu" que, de forma tão diferente como igual, fogem para não se agarrarem, buscando, ainda e contudo, o beijo que nunca darão?! Seriam esperas diferentes, ou ela foi (e é) só uma?
... Que magoa mais que a solidão de quem espera e foge até da espera; mas alegra como o reflexo da lua cheia sobre o espelho de uma lagoa onde tu (só tu) também estás, apesar de tudo.
By APC, at 10 de setembro de 2007 às 01:12
Há personalidades inesquecíveis! São tão únicas, tão intensas, tão “dominadoras” que se torna difícil viver sem elas. Estes são os dias normais…depois há aqueles dias em que o difícil fica…impossivel.
A vantagem é que nestes dias há quem nos perceba duma forma diferente…quem nos sinta doutra maneira e quem sabe até, quem se distinga aos nossos olhos!
Um beijo meu costuma ajudar:))), pelo menos é no que quero acreditar!
By Anónimo, at 13 de setembro de 2007 às 19:20
E um beijo chega?
By a miúda, at 13 de setembro de 2007 às 22:21
Olhar para trás, para tudo na nossa vida que não conseguimos entender e desmistificar, pode ser um exercício complicado de se fazer, acima de tudo se estivermos sós e nos perdermos até ao Infinito dentro do nosso próprio pensamento. A imaginação também ajuda a que este processo de desconstrução não aconteça.
Viver agarrado a uma ideia ou a um sonho pode fazer com que se espere a vida toda por isso mesmo.
Daí tantos olhares perdidos nos cais, submersos num Eu que não passa de apenas um Eu, em voo planado sobre a perda que se fez de alguém. De um Tu que será sempre um Tu.
By A, at 22 de setembro de 2007 às 02:25
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