CUOTIDIANO

terça-feira, outubro 09, 2012

TÓPICOS (I) - DECLARAÇÃO DE AMOR


 
Ele faz-lhe uma declaração de amor, engana-se numa frase qualquer, ainda tenta continuar, ela tenta conter-se mas não consegue, começa-se a rir, pede desculpa, eram só uma letra ou duas de diferença, pôrra! Mas o diabo está nos pormenores e o momento fica estragado.

Indiferente a isso e mui estranhamente, após uma pausa com dores de silêncio e tudo, ele começa-se a rir também. Estava então criado todo um novo momento, nada é verdadeiramente mais importante do que rir juntos – de facto, a partilha do riso é a forma mais pura de se almar alguém.

Depois acalmam, ele retoma a frase, desta vez não se engana. Mas riem de novo. Abraçados. Pelo momento. Pelo tempo que entenderem.

(Sem eternidade, mas com corpos.)

1 Commenários:

  • Quer-me parecer que se a moça se ri é bom sinal.
    Diria até (numa opinião muito pessoal e facilmente rebatível) que o riso é essencial em qualquer situação de amor: ajuda a lidar com a lamechice das emoções, mas não as apaga. Pelo contrário.

    By Anonymous Anónimo, at 14 de outubro de 2012 às 01:18  

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