A Dor de Mãe - Poema de Natal
Era a manhã de Natal
E fui acordar meu filho adorado
Para abrirmos as prendinhas
E ver o presépio encantado
Mas quando cheguei ao pé dele
- Que grande surpresa a minha
Ia tendo um colapso
Quando lhe abri a caminha
Mal fui para o abraçar
Senti uma ranhoca mole
Tinha havido um feitiço
Meu filho era um caracol
Olhei para ele e perguntei:
- Mas que te aconteceu, afinal?
E ele respondeu, embaraçado:
- Estava grosso, o Pai Natal!
- Fez-me isto sempre a rir
Com um bafo a whisky rasca
Deu-me, de presente, um arroto
E voltou com as renas p’rá tasca!
Então corri logo para o telefone
E chamei um médico que o tratasse
Que veio tão rapidamente
Que até deu mau nome à classe
Mas quando chegámos ao quarto
Disse meu marido, no fim da imperial:
- Vê se temperas melhor os caracóis
Que este não estava nada de especial!
A moral desta história é
Que um pai não deve comer o filho
Pelo menos até ser bem temperado
Com sal, pimenta e tomilho
E fui acordar meu filho adorado
Para abrirmos as prendinhas
E ver o presépio encantado
Mas quando cheguei ao pé dele
- Que grande surpresa a minha
Ia tendo um colapso
Quando lhe abri a caminha
Mal fui para o abraçar
Senti uma ranhoca mole
Tinha havido um feitiço
Meu filho era um caracol
Olhei para ele e perguntei:
- Mas que te aconteceu, afinal?
E ele respondeu, embaraçado:
- Estava grosso, o Pai Natal!
- Fez-me isto sempre a rir
Com um bafo a whisky rasca
Deu-me, de presente, um arroto
E voltou com as renas p’rá tasca!
Então corri logo para o telefone
E chamei um médico que o tratasse
Que veio tão rapidamente
Que até deu mau nome à classe
Mas quando chegámos ao quarto
Disse meu marido, no fim da imperial:
- Vê se temperas melhor os caracóis
Que este não estava nada de especial!
A moral desta história é
Que um pai não deve comer o filho
Pelo menos até ser bem temperado
Com sal, pimenta e tomilho
8 Commenários:
Um caracol vai a descer.
Por aquela parede acima.
Vai a pensar numa prima.
O que não tem nada de mal.
O pior é o Pai Natal.
E o outro... que o vai comer...
poetaeusou(prevenido)
By Anónimo, at 24 de dezembro de 2006 às 18:34
Ahahahah... Grande poeta!
'Coisinha mai linda! :-)))
Bem... Ao menos sempre era uma noite de Natal diferente! ;-)
Quanto aos votos... Bem, os votos...
Sim, os votos!... Muitos! :-)
By APC, at 24 de dezembro de 2006 às 19:49
Gajo,
Quanta meiguice! Que história mimosa! Um doce! Um doce!
Ainda bem que a li antes da minha ceia.
Olha, Mr. S-B, ainda que a gente não queira, é Natal. Aproveito o dia pra te desejar todas as coisas boas que, no dia-a-dia, talvez possa esquecer.
Um grande beijo.
By Leticia Gabian, at 25 de dezembro de 2006 às 00:32
"A Metamorfose" de Kafka, em versão Cuotidiana, lol - não te escaparás à análise desta, não! ;-)
By APC, at 25 de dezembro de 2006 às 05:13
Achei muito engraçado o teu poema. Espero que tb visites o meu espaço que ainda ainda em contrução - coisa recente.
Alkaseltzer
By Anónimo, at 25 de dezembro de 2006 às 17:41
Em vez de estares aí sentado a fazer poemas não que não seja giro e importante mas porque não dizes à APC para parar a birra e voltar a escrever no blog dela uma vez que há demasiadas pessoas que gostam de a ler e isso representa uma desilusão enorme e uma perda para as expectativas que ela gerou ao criar uma pleiâde de leitores atentos e que estavam dispostos a gastar resmas do seu precioso tempo a ler os longos posts que ela escrevia e acho que neste momento nem o teu enorme sentido de humor lhe pode valer uma vez que ela aparafusou as ideias neste sentido e não há nada que a demova de desistir desta obstinação e tal como o Ideafix que é o cão do Axtérix acho que ela não quer dar o braço a torcer mas já se arrependeu um milhão e meio de ir parar com o blog quando podia diminuir o ritmo de post sem ser assim tão radical e morri de exaustão aliás já me cheirava a putrefacção mesmo antes de terminar uma vez que acho que gastei os foles de tanto vos tentar persuadir a não serem mauzinhos com as pessoas e espero que ames o meu novo estilo puro e sadio de escrita como um regresso às origens pois daqui para a frente é só o que te espera e de seguida vou abolir os acentos gráficos e vão-me sair frases do género tenho um cagado no meu quintal e tu ficas sem saber se eu tenho um cágado ou se ando a cagar no quintal como os cães e é bem feita para ti porque queres as coisas virgens e agora vais ter o que mereces e depois vou abolir algumas consoantes desnecessárias e de seguida vou escrever por siglas sem pontuação e sem acentos até ficar como os putos com uma linguagem muito próxima dos chats sem ficar chato e fui mas mando-te um abraço porque nós somos amigos destas brincadeiras e ambos adoramos a provocação tal como nos tempos do saudoso Feliciano Castilho e do Eça e então vamo-nos dando umas bengaladas literárias um abraço amigo do Madrigal XPTO GT com este turbo renovado intercooler com um upgrade de gramática descapotável sem síntaxe ou concordâncias desnecessárias e non passaran liberdad ou muerte la lengua es libre
By Anónimo, at 26 de dezembro de 2006 às 02:39
I hear, Roger!
A birrenta vem aqui deixar-te um beijo na testa (tadinho dele... Cheínho de doces natalícios, o que faz dele um doce só!;-))) e agradecer o recado que me deste a pedido do literariamente-louco-Madrigal, que, aliás, acabo de ler (lol), e a quem preciso esclarecer que não se trata de uma birra ou coiseca outra artificialita, antes pelo contrário: o que começou por ser um necessário e solitário escape, passou a envolver pessoas, sim; e a essas, porque importantes, eu não vou dar tretas e engonhanços e coisas por favor; de modos que, ou escreveria belos frutos da minha inspiração (e essa foi-se, finito, kaput) ou aceitaria uma espécie de "casamento frio" (ah, e tal, porque o companheiro investiu do seu tempo, e agora ia lá abandoná-lo aoo fim deste tempo todo, que isso não se faz, e o melhor é fazer o jeitinho e deixar-me morrer como estou, até porque a infelicidade ajuda e sempre mata mais depressa)... Daqueles como alguns até levam, mas eu não.
Eu não. Não!
Eu.
Non passaran!
Beijos, pois, aos dois (não te importarás se eu deixar aqui o meu agradecimento à despontualizada e ilimitada gentileza do nosso Madriga-friend, I must presume; até porque o beijo na testa é só teu! :-)))
E prontus.
Agora vou por aí, de mãos nos bolsos, fazer p'la vida.
Over & out.
Paola, la Passionária! ;-)
By APC, at 26 de dezembro de 2006 às 19:26
Não mais voltarei ao Júlio dos Caracóis sem que pense no Pai Natal.
By Rui, at 27 de dezembro de 2006 às 17:00
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