CUOTIDIANO

terça-feira, dezembro 19, 2006

Talvez um dia eu saiba porquê

Talvez um dia eu saiba porquê, mas por enquanto só sei que te espero.

"Durante quanto tempo pode alguém sobreviver sem um abraço à sua espera, um afago e um sorriso, um espaço, um olhar, um silêncio, um alguém inteiro que o aguarda, o deseja, o envolve?..."

Entrei. Ao fechar a porta ouvi... a porta a fechar-se – não parece estranho, pois não? Mas é. Quando se entra e não se ouve uma qualquer voz, uma qualquer frase - desde que inclua o nosso nome (e perto, de preferência); se não há um só gesto, um só abraço que nos envolva, se não há um só beijo que nos tire do “só” e nos devolva o que somos - e que deixámos em casa para que ninguém sequer desconfiasse que existíamos... então tornamo-nos apenas e só estranhos de nós mesmos e já nem estranhamos ouvir a porta a fechar-se - afinal a porta que vamos fechando a nós próprios, ao que somos e deixamos morrer. Mas (e aí está o truque tipo “Circo Cardinalli”) morrendo sim, mas devagar e empanturrados de luzes!

"Durante quanto tempo pode alguém sobreviver sem um abraço à sua espera, um afago e um sorriso, um espaço, um olhar, um silêncio, um alguém inteiro que o aguarda, o deseja, o envolve?..."

Talvez um dia eu saiba porquê, mas por enquanto só sei que desespero – mas devagar e empanturrado de luzes. Já agora, querem que vos conte uma anedota? Era uma vez...


PS – APC, obrigado pelo itálico e muito mais!

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