CUOTIDIANO

sábado, setembro 22, 2007

José Fofinho nomeado novo treinador do Chelsea

"Chelsea Football Club e José Mourinho aceitaram hoje separar-se por mútuo consentimento", foi o teor do lacónico comunicado que surgiu, quinta-feira passada, no site oficial do clube inglês e que deixou em estado de choque milhões de pessoas pelo mundo fora, para além de biliões de fanáticos de futebol, uma tartaruga das ilhas galápagos e quatro marcianos com apenas três cabeças (cada, claro).

Por forma a dominar este tsunami de horror, no dia seguinte, sexta-feira, logo pela manhã (cerca das 12h e 59 min, mais precisamente), reuniu-se a direcção do Chelsea, composta por Roman Abramovich (accionista maioritário), Roman Abramovich (director para o futebol), Roman Abramovich (secretário-técnico), Roman Abramovich (visionário de serviço), Roman Abramovich (pedicure) e Zé (primo do pedicure), que decidiu nomear para o cargo de treinador de todas as camadas do clube (incluindo seniores, juniores, juvenis, infantis, fraldário e de chocolate) José Fofinho, conhecido psicólogo de animais - especialista em queda de pêlo por razões psicossomáticas em felinos e aves – e também personagem incontornável do mundo da poda de arbustos deprimidos.

Por ser importante e porque nos apeteceu e também porque achámos giro e o teu pai é um crocodilo nhanhanhanha, resolvemos entrevistar José Fofinho, no que foram as primeiras declarações, em exclusivo e em lingerie preta, do novo homem forte do futebol do Chelsea.

Pergunta (P) – José Fofinho, porquê o Chelsea?

José Fofinho (Aníbal) – Porquê viver? Porquê Saturno? Tudo isso seriam questões que me poderia ter colocado mas não o fez. Porquê? Porque queria que eu respondesse apenas à que, efectivamente, me pôs, não é verdade?

P - ...??

Aníbal (Ivette) – Bom, era só para lhe mostrar a minha argúcia assertiva comunicacional e a forma displicente com que uso pontos de interrogação. Respondendo à sua questão: Decidi aceitar o convite do Romy porque, nesta fase da minha carreira a solo, estava a precisar de novos desafios e de elevar a fasquia da minha prestação.

P – Prestação profissional?

Ivette (Jibóia amarela) – Não, do empréstimo para a minha nova casa. É que agora vivo numa apetitosa moradia num bairro chique de Londres, já que a barraca - giríssima, por sinal – à base de PVC e amianto que eu tinha em Bagdad, por azar explodiu, num daqueles grandiosos e sempre muito ansiosamente aguardados espectáculos de fogo-de-artifício que os norte-americanos e os suinitos (ou lá o que é) promovem constantemente, por forma a animar e elevar o moral às populações. Enfim, mas como aquilo já está muito melhor, resolvi vir para Londres ajudar já que, aqui sim, o ambiente era de guerra constante. Enfim, toda a gente sabe como eu sou, um homem de paz, uma espécie de Madre Teresa de Calcutá mas tomando banho, talvez até – quiçá? - uma morsa.

P – Mas então diga-nos: como é que conheceu Roman Abramovich?

Jibóia amarela (Máquina de escrever cinzenta muito antiga e avariada que chatice!) – Lembro-me como se fosse ontem. Estava eu ontem num sauna no Soho a distribuir toalhas, ecstasy e afecto, quando o Romy passou por mim e me perguntou onde era a casa-de-banho. Eu, que sou danado para a brincadeira, apontei para cima e, quando ele olhou, caiu-lhe um bocado de vidro, que se havia desprendido de um candeeiro de tecto, mesmo no meio da vista esquerda, cortando-a ao meio. Vendo toda aquela tremenda hemorragia, meio olho no chão, o ar dele aflitinho para ir à casa-de-banho... claro está, desatei-me a rir tresloucadamente, sou apenas humano. Foi então que reparei que ele chorava com toda aquela insensibilidade.

P – Sim, realmente, é um pouco insensível rir-se de um homem que acaba de perder um olho...

Máquina de escrever cinzenta muito antiga e avariada que chatice! (Pupu) – Não é nada disso! Eu depois ajudei-o a procurar, achámo-lo e pusemo-lo de novo. Não. Ele chorava era por causa do Mourinho, esse arrogante bem vestido, o special mano ou qualquer coisa dessas. Mas deixe-me acabar. Como todos (ou pelo menos a minha mãe e a minha avó) sabem, não posso ver ninguém sofrer sem fazer nada para ajudar. Nessa altura, abracei-o com força, sentindo, naquele belo momento de partilha de emoções, todo o seu sofrimento; isso, claro está, para além de uma grande bolsa com notas que ele usa no lugar onde dantes tinha o pêníss - que mandou remover, há uns anos atrás, quando passou a ter dinheiro suficiente para contratar alguém que desse as quecas por ele. Uma bolsa bastante engraçada, aliás, com um leãozinho e um urso de peluche a fazer amor numa mesquita em Tombuctu.

P – E daí até ao convite para treinar o Chelsea, como foi?

Pupu (Pupu) – Isso foi rápido. Saídos dali, fomos juntos fazer umas raspadinhas num quiosque lá perto. E não é que o Romy perdeu? Claro está, desatou a chorar outra vez.

P – E abraçou-o?

Pupu (Artista de circo com uma perna mais curta que outra e umas sandálias foleiras) – Não, que disparate. Beijei-o como se não houvesse amanhã, enquanto dava puns em lá menor.

P - ...???

Artista de circo com uma perna mais curta que outra e umas sandálias foleiras (Conta em atraso e ainda por cima com juros ganda galo porra!) – Não, estava a brincar - tanto mais que foi em sol maior. Não, ele comprou todos os quiosques de Londres e mandou fazer uma raspadinha privativa que só a ele pode ser vendida. Assim, ganha sempre. Engenhoso, não?

P – E o que é que isso tem a ver com a sua contratação?

Conta em atraso e ainda por cima com juros ganda galo porra! (Tó) – Absolutamente nada. Fui contratado porque o Mourinho era bruto para os jogadores e o Romy, sendo uma pessoa delicada e afectuosa, viu em mim alguém que lhes podia passar a dar muito amor, que é o que é preciso para marcar mais golos. Ah, também viu em mim uma mosca poisada no ombro mas logo a enxotou com um lenço, num gesto suave que tão bem o caracteriza.

P – Tentemos saber agora do seu pensamento táctico. Qual o sistema de jogo que tenciona implementar no Chelsea?

Tó (ex-toxicodependente) – Ó meu amigo, eu não percebo nada de futebol, quem decide isso é o Romy, eu só estou aqui porque tenho muito afecto para distribuir – e também algum ecstasy que me sobrou do emprego anterior. Sobre chutos (na bola, claro!) e essas porcarias todas terá que falar com o Romy, já que agora é ele que decide todas essas coisas – quais os atletas que jogam, as substituições a fazer, as tácticas, isso tudo. Eu só farei o meu trabalho: escolho a cor das fitas com que os jogadores atam o cabelo, o tipo de peúgo a usar, o champô e amaciador a colocar nos chuveiros, o vaporizador de cheiros a pendurar no balneário, tudo isso - só as coisas realmente importantes. E, claro está, o mais decisivo de tudo – dar-lhes sempre muito carinho. Por exemplo: quando algum começar a chorar após ter sido expulso num jogo, eu irei logo abraçá-lo dizendo “shhh, shhh, calma, o árbitro é feio, pois é, tem calma, vai passar daqui a dois jogos de suspensão, mas não faz mal, o Romy é bonzinho e paga-te na mesma, shhh, shhh, calma, eu logo à noite faço-te um chocolate quente com bolachinhas e aconchego-te os lençóis, shhh, shhh, jogas melhor que o marido da Victoria Beckam, tudo isto vai passar, shhh, shhh, tem calma, não chores”. Está a ver, só tratarei mesmo do que é realmente importante numa equipa de futebol.

P – E o que pensa da “chicotada psicológica” que foi o despedimento do seu antecessor, José Mourinho?

Ex-toxicodependente (Bué fixe) – De chicotadas normalmente gosto, quando mete cabedais pretos e capuzes e cordas e gritos e ...

P – Pinguins?

Bué fixe (José Fofinho) – Não acredito, você tem as mesmas fantasias que eu! Deixe-me abraçá-lo!

P – Deixe estar, não se incomode, a entrevista também estava mesmo a acabar. Acho que vou andando.

José Fofinho (Sou teu amigo, sim) – Espere aí, era o que faltava, vou abraçá-lo e é já. Humm.. está a ver como é bom? É verdade... aqui no Chelsea estamos a precisar de um acessor de imprensa, já que todos os disponíveis, para além do Luís Delgado e de uma peixeira anã, foram contratados pelos McCann. Não quer vir trabalhar connosco?

P – Humm..., espere um pouco, humm...




Mensagem especial do nosso patrocinador: José Fofinho, agora também em comprimidos.

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segunda-feira, setembro 17, 2007

Levezas

- Ah pronto... sendo assim estou muito mais descansada e retiro a mágoa – disse ela com um sorriso de açúcar amarelo.

Tinha estado, horas e gestos a fio, a gastar as palavras e os pequenos silêncios, dando-lhe generosa mas dolorosamente a conhecer toda a mágoa que transportava, depois de todos os barcos que lhe passaram ao longe, bem perto das lágrimas, depois de todas as aves sem céu que lhe haviam morrido às mãos.

Ele despejara-lhe para cima com dois quilos de palavras traçadas, meio litro de ar sério, duas colheres de sopa de profundidade, numa sempre renovada receita de lugares-comuns – ah e tal, que a mágoa era uma dor efémera que podia chegar a ser um bálsamo para a descoberta de novas magias afectivas e para a cura das nossas feridas, que “branco é galinha o põe” e que, se tomada de 8 em 8 horas, era excelente para a diarreia.

- É verdade, a sério, estou muito melhor... – disse ela, enquanto se afastava, perante o olhar incrédulo dele, que relampejava a palavra “ingrata” pelas órbitas.

Ela sorriu. Mas agora a uma lua transbordante de todas as cores.

Sentia-se leve. Sem aquele lugar. Sem ele-comum. Leve.

Leve de novo.

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sexta-feira, setembro 14, 2007

Dalai, 1 – Scolari, lama

Quando perguntaram ao Dalai Lama se não se sentiria melindrado por não ser recebido pelo Governo português, ele fez um ar meio espantado e, humildemente, respondeu que não, tanto mais que, segundo afirmou, nunca quereria causar qualquer embaraço aos países que o recebem.

Deste facto singelo ressaltam várias conclusões, entre as quais:

- Para Portugal, a “realpolitik”, nomeadamente a subserviência aos interesses políticos e económicos dos “gigantes”, sobrepõe-se sempre a qualquer princípio, nomeadamente o do respeito pelos direitos humanos - que, desde há 50 anos, são esmagados pelo governo da China no Tibete (além de na própria China...), país natal deste Nobel da Paz;

- A grandeza deste Homem que, em 2001, apenas foi recebido à candonga por Jorge Sampaio num encontro casual no Museu de Arte Antiga e que, agora, nem pelo Governo, nem pelo Presidente da República (não tem “disponibilidade de agenda”...), nem à candonga o será. Apenas por uma Comissão da Assembleia da República e pelo Presidente desta última, Jaime Gama (será o mesmo Jaime Gama, Ministro dos Negócios Estrangeiros em 2001 que, na altura, não o recebeu, ou apenas uma estranha coincidência de nomes?!).


Quando perguntaram a Scolari, após o jogo com a Sérvia, de quem teria sido a culpa daqueles tristes acontecimentos no final do mesmo, ele respondeu, sacudindo a água do capote que, em primeiro lugar, havia sido do árbitro já que nos haveria roubado e, depois, do atleta sérvio, que o teria insultado na “área técnica”! Lindo! No dia seguinte, sentindo o emprego em perigo em consequência do murro que havia dado ao referido atleta, veio, com aquele ar absolutamente hipócrita que o caracteriza, pedir desculpas a toda a gente, desde ao povo português até à UEFA, passando pelos pássaros do Rossio e pela Nossa Senhora do Caravaggio – ou seja, a todos menos a quem teria, evidentemente, de o fazer, a pessoa que agrediu! Como é evidente, causou um enorme embaraço ao país que tão bem (pelos vistos, em demasia!) o recebeu.

Deste facto ressaltam várias evidências, entre as quais a baixeza deste homem que, em 2002, foi recebido à grande por todo o povo português, à grande por um contrato milionário correspondente a um número horas de trabalho efectivo, no mínimo, ridículo, à grande pelos publicitários das grandes empresas e que, agora, já careca de demonstrar que, como treinador, vale ZERO (nem consegue, ao volante de um “Ferrari”, ganhar corridas a “minis”...) resolve pôr a cereja no topo do bolo e, após agredir cobardemente (relembre-se que, após a agressão, recuou para junto da multidão que lhe era afecta e, depois, ainda teve a lata de mentir, dizendo que estaria a defender um jogador português...) um atleta adversário, não tem a decência de lhe pedir desculpa, mostrando que, também como homem, continua a valer ZERO.

Como é evidente, todos erramos. Mas os Grandes Homens são humildes, capazes de pedir desculpa pelos seus erros e de desculpar os erros dos outros. Os pequenos, pelo contrário, são incapazes de pedir desculpa e arrogantes ao ponto de culpar os outros pelos seus próprios erros.



PS – Apesar de tudo, não se retira o mérito a Scolari de ter acabado com as panelinhas que havia na selecção, nomeadamente a dos lobbies dos presidentes dos clubes “y sus muchachos” e de ter passado a tomar decisões (certas ou erradas, não interessa) pela sua própria cabeça. Já agora, pequena.

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domingo, setembro 09, 2007

Polónia, 1 – Maddie, 0

De uma maneira geral, a única e verdadeira razão da escolha das notícias a dar e da forma de o fazer é o lucro, lucro esse consequência quase directa das audiências e tiragens conseguidas. Claro está que, por exemplo, jornais de referência como o “Público” ou o “DN”, podem dar-se ao luxo de ter colunas de opinião ou artigos de análise e reflexão, já que ganham dinheiro suficiente para o poder fazer – tanto mais que esse tipo de enquadramento lhes permite continuar como “de referência”, o que traz como consequência uma tabela de preços mais elevados para publicidade e, assim, lá vamos nós parar ao lucro outra vez. Mas o lucro, por si só, não é nenhum crime – numa empresa privada é mesmo esse um dos principais parâmetros para a avaliar (e positivamente). O problema está é na forma como se chega lá.

Tudo começou com o “síndrome TVI” em que, a propósito de tudo e mais alguma coisa, se entrevistam “populares” que passam na rua para dar a sua extraordinária, abalizada e fundamental (para além de sempre loooonga...) opinião sobre o tema, qualquer que ele seja. Claro está que, à excepção dos que realmente sabem do assunto (que, provavelmente, se escusariam a dá-la) e que só por uma coincidência rara e notável seriam “apanhados”, toda a gente sabe e opina sobre tudo, desde o mais recôndito Decreto-Lei até à Lei da Gravidade, passando pela cor das borboletas da Amazónia e pela previsão do tempo para as Honduras Norte. Ou seja, pede-se uma opinião e normalmente sai um palpite idiota, conforme seria de esperar.

Nos jornais, também afectados pelo mesmo “síndrome TVI”, passaram da coluna dos escritos ao Director para o pedido de envio de “reportagens populares”, de preferência com imagens de telemóvel – isto para além de andarem a reboque e terem de “desenvolver” tudo o que as televisões tornam em notícia, usando todos os truques possíveis e imaginários no tal “desenvolvimento” (e até no título...).

Assim, aos poucos mas seguramente, lá se foi popularizando e criando o tal monstro, monstro esse que, contrariamente ao que é normal referir-se, não é a comunicação social nem o famoso “circo mediático” mas sim o monstro popular que a própria comunicação social criou e com o qual se terá de aguentar, para o bem e para o mal.

Um bom exemplo disto tudo tem sido a repetição “ad nauseam” de tudo o que os McCann fazem ou deixam de fazer, sempre entre palmas e beijocas e histerias de afecto populares. No entanto, nas 30 vezes que Kate McCann (que, curiosamente, nem se chama McCann mas sim Healy – mas que se lixe o rigor jornalístico!) entrou anteontem de manhã na Polícia Judiciária de Portimão (pelo menos na “SIC Notícias” ela entrou 30 vezes – à falta de mais imagens coloca-se em ciclo as existentes...) já foi apupada e vaiada, porque nos jornais saiu que ela seria eventualmente suspeita. Ou seja, o instável e volúvel monstro da “opinião pública”, ou melhor, do palpite em público, atacou de novo e os jornalistas têm a cara de pau de acharem demais os apupos! Mas foram eles que criaram a situação, ao terem alimentado “estados de alma” e jogado com os sentimentos mais básicos, tudo isto à conta da ganância dos “furos” e dos consequentes lucros...

Entretanto, ontem houve um jogo de futebol com a Polónia, muito mais facilmente vendável, e já se está tudo a borrifar para a pobre criancinha e aos gritos pelo Cristiano Ronaldo – que, se não tivesse marcado um golo, claro está, também seria apupado e vaiado. Ou seja, há que alimentar o monstro com os seus pratos preferidos.



(...E o que é curioso é que, com toda esta “evolução populista”, cada vez mais as pessoas só acreditam nos acontecimentos sérios e reais quando descritos e parodiados em programas de humor - Jay Leno, Gato Fedorento...- e não quando apresentados nos jornais e telejornais. Ou seja, é o regresso do bobo da corte, o único que tinha direito a dizer as verdades – e a conservar o pescoço, por mais alarvidades que dissesse).

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Tu eras (e és) só tu

Então tu eras só tu
E eu era só eu – aparte os dedos sonolentos
Então tu estavas ali
E eu andava por onde o teu cheiro sobrava – aparte os impartilháveis momentos

Depois soube que percorrias lagoas, esvoaçavas saudades
Esperando o grande beijo que nunca darias
Eu? Eu esperava pelos tais momentos sonolentos
Em que te abraçava e tu nunca mais partirias

Então fiquei apenas como se nada fosse
Com o teu cheiro parado
É que eu esperei por ti, sabes?, na quinta nuvem de um outro céu
Como um fantasma, como perdido, como amado
Ou como uma rima. Apenas fácil. Apenas eu

Depois lembrei - docemente surgiste
Depois docemente te insurgiste contra tudo o que achavas mal
Ou bem demais ou parvo à brava ou apenas tudo
Descobri (e sei) que darias a vida contra a cómoda instalação dos momentos
Também sei que pensaste em tudo
Até nos objectos e nos sentimentos
Que te rodeavam como um escudo
E depois te enredavam e te faziam renascer outra vez
Apenas como parte dos luares lentos

(Depois tu própria construíste as pessoas que te saborearam
Como a maçã primordial)

Prima da manhã
Irmã do luar
Rochedo e namorada que nunca foste
Tu sabes - só tenho palavras e palavras para te dar
E mais palavras ainda
Minhas e tuas e nossas e distantes e próximas - ainda que palavras e só palavras a esvoaçar.

Agora sei apenas que te espero nos reflexos
De uma lua timidamente escondida
Em camuflados sentimentos de espera
Em saborosos momentos de vida

Mas – que se lixe! - apenas tu me alegras o dia. Ah, e um beijo teu provavelmente também ajudaria